“A internet abre uma porta no seu
computador para qualquer ataque malicioso”, explica Bruno Kelly,
professor da Escola Nacional de Seguros, sobre o risco cibernético.
O crescimento anual dos prejuízos com este tipo de ataque virtual
no Brasil — que é o quarto maior alvo de hackers do mundo — criou
um novo nicho para a atuação de corretores. O seguro contra as
ameaças online foi regulamentado pela Superintendência de Seguros
Privados (Susep), responsável por controlar e fiscalizar os
mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e
resseguro.
— O seguro contra hackers, como gostam
de chamá-lo, é um segmento relativamente novo. Ainda são poucos os
alunos que têm esse viés de venda na escola. Muitos procuram
carteiras que rentabilizam mais rapidamente — disse.
Sobre os ganhos de quem vende seguros
contra crimes cibernéticos, Kelly explica que é difícil mensurar,
mas garante que o mercado é bastante promissor.
— O preço do seguro tem relação direta
com o risco. E no caso do risco cibernético, identificamos grande
probabilidade e severidade, que é a gravidade das perdas
envolvidas.
O seguro contra riscos cibernéticos é
voltado para empresas de dois tipos: as que guardam digitalmente
dados de terceiros e as que precisam proteger informações próprias
ou podem ser prejudicadas de outras formas por falhas na internet,
como lojas virtuais.
Há dois anos, o corretor de seguros
Kleber Borges, de 40 anos, dono da Multibrokers, ingressou nesta
área.
— No início, os diretores das empresas
desconheciam o assunto ou não davam muita importância a ele. Hoje,
trabalho com seguros de condomínios, riscos industriais,
transportes, automóveis e náuticos. Os riscos cibernéticos
equivalem a 15% da minha receita atual.
Um enorme campo a explorar
Os corretores ainda têm um enorme
campo a explorar. Somente 1% das empresas brasileiras já adquiriu o
produto. Líder da prática de consultoria de risco da Marsh Brasil,
Carlos Santiago explica o motivo:
— A procura pela corretora tem
aumentado, principalmente por parte de empresas de data center,
e-commerce e pagamentos via web. Pesquisas indicam que sistemas
invadidos e informações roubadas seguirão como os grandes riscos
até 2020. Mesmo diante desse cenário, as empresas procuram investir
somente em sistemas de segurança com redundâncias, a fim de
minimizarem a exposição, preterindo o seguro — disse.
Em outros países, como os Estados
Unidos, a aquisição deste tipo de seguro já chegou a 20% das
companhias.
— Prospectar é identificar um cliente
em potencial. Se minha intenção é vender o seguro contra riscos
cibernéticos com viés de responsabilidade civil (para reparar o
dano que uma pessoa causa a outra), o cliente que procuro é aquele
que guarda dados de outros. Para conhecê-lo, preciso fazer uma
busca na internet, identificar empresas da área e responsáveis por
este setor dentro delas, ligar, montar apresentação… — disse
Kelly.
Área médica, de finanças, educação ou
governamentais contratam mais
Segundo Jorge Luis Oliveira, sócio da
RBM Corretora, as primeiras empresas a contratarem os serviços são
aquelas que já tiveram alguns problema. E ele observa um ranking de
setores.
— Estou no ramo de seguros há 35 anos
e comecei como a maioria, com seguros de automóveis e, depois,
residenciais. Hoje, estou mais voltado para riscos financeiros.
Ameaça cibernética é um produto muito novo no Brasil, com poucas
apólices emitidas. Mas há uma tendência de crescimento, pois,
somente no ano passado, o país teve R$ 7 bilhões de prejuízo.
Quando o ramo é novo, o custo do seguro é muito alto e, às vezes, o
empreendedor acha que não compensa. Um dos problemas de vender no
país é o custo alto, mas a tendência é de queda. A maioria das
empresas que estão procurando esse tipo de cobertura sofreu com a
invasão por hackers ou com informações vazadas. E os setores com
maior procura, por enquanto, são a área médica, as instituições
financeiras, o ramo de educação e as entidades governamentais.
Não há crise na sala de aula
Não existem segmentações na formação
básica do corretor de seguros no país. O Curso de Habilitação para
Corretores de Seguros da Escola Nacional de Seguros demora cerca de
nove meses e é dividido em duas fases: a primeira focada em
capitalização, vida e previdência; a segunda, em seguros
patrimoniais, o que engloba a proteção cibernética.
Há dois anos, o corretor de seguros
Kleber Borges, de 40 anos, dono da Multibrokers, ingressou nesta
área.
— No início, os diretores das empresas
desconheciam o assunto ou não davam muita importância a ele. Hoje,
trabalho com seguros de condomínios, riscos industriais,
transportes, automóveis e náuticos. Os riscos cibernéticos
equivalem a 15% da minha receita atual.
Um enorme campo a explorar
Os corretores ainda têm um enorme
campo a explorar. Somente 1% das empresas brasileiras já adquiriu o
produto. Líder da prática de consultoria de risco da Marsh Brasil,
Carlos Santiago explica o motivo:
— A procura pela corretora tem
aumentado, principalmente por parte de empresas de data center,
e-commerce e pagamentos via web. Pesquisas indicam que sistemas
invadidos e informações roubadas seguirão como os grandes riscos
até 2020. Mesmo diante desse cenário, as empresas procuram investir
somente em sistemas de segurança com redundâncias, a fim de
minimizarem a exposição, preterindo o seguro — disse.
Em outros países, como os Estados
Unidos, a aquisição deste tipo de seguro já chegou a 20% das
companhias.
— Prospectar é identificar um cliente
em potencial. Se minha intenção é vender o seguro contra riscos
cibernéticos com viés de responsabilidade civil (para reparar o
dano que uma pessoa causa a outra), o cliente que procuro é aquele
que guarda dados de outros. Para conhecê-lo, preciso fazer uma
busca na internet, identificar empresas da área e responsáveis por
este setor dentro delas, ligar, montar apresentação… — disse
Kelly.
Área médica, de finanças, educação ou
governamentais contratam mais
Segundo Jorge Luis Oliveira, sócio da
RBM Corretora, as primeiras empresas a contratarem os serviços são
aquelas que já tiveram alguns problema. E ele observa um ranking de
setores.
— Estou no ramo de seguros há 35 anos
e comecei como a maioria, com seguros de automóveis e, depois,
residenciais. Hoje, estou mais voltado para riscos financeiros.
Ameaça cibernética é um produto muito novo no Brasil, com poucas
apólices emitidas. Mas há uma tendência de crescimento, pois,
somente no ano passado, o país teve R$ 7 bilhões de prejuízo.
Quando o ramo é novo, o custo do seguro é muito alto e, às vezes, o
empreendedor acha que não compensa. Um dos problemas de vender no
país é o custo alto, mas a tendência é de queda. A maioria das
empresas que estão procurando esse tipo de cobertura sofreu com a
invasão por hackers ou com informações vazadas. E os setores com
maior procura, por enquanto, são a área médica, as instituições
financeiras, o ramo de educação e as entidades governamentais.
Não há crise na sala de aula
Não existem segmentações na formação
básica do corretor de seguros no país. O Curso de Habilitação para
Corretores de Seguros da Escola Nacional de Seguros demora cerca de
nove meses e é dividido em duas fases: a primeira focada em
capitalização, vida e previdência; a segunda, em seguros
patrimoniais, o que engloba a proteção cibernética.