Pessoas recrutadas pelas
associações que comercializam a chamada “proteção veicular”
tentaram invadir o plenário da Câmara durante reunião que iria
instalar, nesta terça-feira (22/08), a Comissão Especial que vai
analisar o Projeto de Lei 3139/15, de autoria do deputado Lucas
Vergílio (SD/GO), o qual proíbe associações e cooperativas ou
clubes de benefícios de comercializarem contratos de natureza
securitária. A invasão não chegou a ocorrer, porque o grupo foi
barrado na entrada do plenário, para evitar tumulto. Depois, foi
permitida a entrada de 10 em 10 pessoas e o clima de tensão
amenizou. A Câmara dos Deputados reagendou para esta quarta-feira
(23/08) a instalação da Comissão Especial. Mas, o adiamento foi
provocado por falta de quórum qualificado, uma vez que era
necessário reunir a maioria absoluta de titulares, o que não foi
possível. Antes do adiamento da sessão, o deputado Lucas Vergilio
reafirmou seu empenho pela aprovação do projeto, que considera
fundamental para a defesa dos consumidores. “Podem ter certeza que
essa comissão será o local apropriado para o debate”, assinalou. Já
o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, também presente ao
evento, conclamou o mercado a se engajar na luta pela aprovação do
projeto. “As associações demonstraram mobilização. Então, é
fundamental para que esse projeto possa ir adiante que os
corretores participem mais e, principalmente, que os seguradores
mostrem a sua força e se mobilizem pela aprovação da proposta”,
observou Vergilio. O recrutamento do grupo que tentou invadir o
plenário foi organizado pela Agência de Autorregulamentação das
Associações de Proteção Veicular e Patrimonial (AAAPV), que
esperava reunir até 300 representantes de associações na Câmara, o
que não ocorreu. Como o CQCS antecipou, essa Comissão Especial deve
agilizar a sua tramitação do projeto, segundo o qual somente
poderão operar em seguros privados as sociedades anônimas ou
cooperativas, desde que devidamente autorizadas pelo órgão
supervisor e fiscalizador do mercado de seguros. “A chamada
proteção veicular, comercializada por cooperativas e associações, é
ilegal, atua na marginalidade e vem causando prejuízos a inúmeros
consumidores incautos e mal informados”, adverte Lucas Vergilio.
Ainda de acordo com o projeto, as pessoas naturais e pessoas
jurídicas que desrespeitarem a lei, estarão sujeitas à sanção
administrativa, pelo órgão regulador de seguro, de multa igual ao
valor da soma das importâncias seguradas. Independentemente dessas
sanções administrativas, as pessoas naturais enquadradas nas
disposições da lei, na condição e administradores, diretores ou
gestores, também poderão ser responsabilizadas,
criminalmente.