Baseada na declaração global assinada
por investidores na Conferência do Clima da ONU – COP21, em Paris,
importantes investidores institucionais assinaram a Declaração de
Investidores sobre Títulos Verdes – Brasil, uma iniciativa da
Climate Bonds Initiative (CBI), Principles for Responsible
Investment (PRI) e SITAWI Finanças do Bem. O documento ressalta o
desejo dos signatários em ver o crescimento de um forte mercado
brasileiro de títulos verdes e define ações específicas para
promover a discussão e futura emissão desses títulos no mercado
local.
A declaração brasileira foi adaptada
para o contexto local com o auxílio de alguns participantes do
mercado, incluindo gestores de recursos, seguradoras e fundos de
pensão.
A Zurich é signatária da Declaração
sobre Títulos Verdes desde 2015, com uma longa história de
colaboração. Opera no Brasil desde 1984, com mais de R$ 3.5 bilhões
de ativos sob gestão. Na opinião de John Liu, CIO, Zurich Brasil e
Zurich Santander Seguros e Previdência por serem investidores de
longo prazo, as seguradoras desempenham um papel fundamental na
transição para uma economia mais sustentável. “Para nós, o
investimento responsável é parte integrante da nossa filosofia de
investimento, promovendo aspectos positivos para o negócio,
clientes e comunidades. Vemos os títulos verdes como um instrumento
chave para co laborar com esta transformação”, analisa.
Em 2011, a Zurich firmou parceria com
o Grupo Santander e nasceu a Zurich Santander, uma joint venture a
partir de dois dos maiores conglomerados do mundo nos setores
segurador e financeiro. Nessa operação, a Zurich adquiriu 51% das
operações de seguros do Santander no Brasil, México, Chile,
Argentina e Uruguai, e o Santander manteve 49% do capital da
holding, em Madrid. Atualmente, a joint venture ocupa a 3ª posição
do mercado nos negócios de Vida e Previdência.
A Brasilprev Seguros e Previdência
S.A. atua no mercado de previdência há 23 anos e tem uma carteira
de 1,98 milhão de clientes e mais de R$ 200 bilhões em ativos sob
gestão, a empresa é reconhecida constantemente pela excelência em
produtos, serviços ao cliente, gestão e iniciativas sociais. Para
Paulo Valle, presidente da Brasilprev, é importante considerar as
oportunidades e os riscos relacionados às questões ambientais,
sociais e de governança no negócio da companhia já que ela é focada
em investimentos de longo prazo. “Para cumprir nosso dever
fiduciário, temos que estar muito atentos a esses temas. Além
disso, ao assinar esses acordos, atuamos como agente mobilizador de
mudanças, incentivando práticas positivas em nossas investidas em
prol do desenvolvimento sustentável”, diz ele.
Já Gustavo Pimentel, diretor na SITAWI
Finanças do Bem, a declaração mostra que os investidores
institucionais brasileiros estão sinalizando que um mercado de
renda fixa doméstico é crucial para suas estratégias de
investimento responsável. “Com a tendência de queda nas taxas de
juros e os desafios climáticos cada vez mais urgente, empresas e
bancos têm a oportunidade de combinar retornos financeiros e
ambientais para atrair capital responsável”, aponta.
Na análise de Justine Leigh-Bell,
Climate Bonds Director of Market Development, o mercado local de
títulos verdes ganhou momentum desde o lançamento da Declaração em
2016. “Novos signatários como a Brasilprev, Zurich e Zurich
Santander demonstram que cada vez mais os investidores
institucionais estão aplicando práticas financeiras sustentáveis e
visam impulsionar o crescimento da economia verde brasileira”,
disse. Enquanto Fiona Reynolds, Managing Director, Principles for
Responsible Investment (PRI), diz que o apoio de líderes de mercado
demonstra o forte momentum dos títulos verdes no Brasil. “O
compromisso do governo brasileiro de reduzir as emissões e apoiar
iniciativas sustentáveis continuará a criar novas oportunidades de
negócios e investimentos”.