Congresso derruba veto presidencial e
afeta operações de cartão de crédito e débito, leasing e de Saúde
Suplementar
O Congresso Nacional derrubou, nesta
terça-feira (30/5), o veto presidencial ao Projeto de Lei
Complementar (PLP) 366/13, permitindo assim a transferência da
cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS), atualmente feita no
município do estabelecimento prestador do serviço, para o município
do domicílio dos clientes nas operações com cartões de crédito e
débito, leasing e planos de saúde. Os parlamentares ignoraram o
alerta do Executivo de que a mudança traria “uma potencial perda de
eficiência e de arrecadação tributária, além de redundar em aumento
de custos para empresas do setor, que seriam repassados ao custo
final”, ou seja, ao consumidor.
A presidente da Federação Nacional de
Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes,
admitiu que as enormes mudanças operacionais necessárias para
adequação à nova legislação do ISS vão gerar aumento nas despesas
administrativas das operadoras de planos de saúde. “Para atender
esta medida, as operadoras de planos de saúde terão que ter
estrutura para recolher diferentes alíquotas, aumentar a emissão de
nota fiscal e promover o atendimento das diversas formas de
recolhimento instituídas por cada município”, explicou ela.
A entidade, contrária à derrubada do
veto ocorrida nesta terça-feira, afirma que a mudança aprovada é
totalmente inviável, do ponto de vista operacional, tendo em vista
o universo de 70 milhões de beneficiários no âmbito da Saúde
Suplementar distribuídos em mais de 5.500 municípios, razão pela
qual é essencial que o recolhimento do ISS permanecesse no
domicílio do prestador, em vez do recolhimento do imposto em cada
domicílio do tomador. “Há diferença entre municípios que permitem o
recolhimento apenas mediante a inscrição no cadastro de
contribuintes e outros que o recolhimento é feito na fonte do
tomador, por meio de emissão de nota fiscal em seu nome”,
exemplificou Solange, para tentar dar uma dimensão do custo
regulatório da medida aprovada pelo Congresso.
Para a presidente da FenaSaúde, com
cada município determinando a sua forma de recolhimento de ISS, as
operadoras sofrerão com um aumento exponencial do custo de
cumprimento de obrigações tributárias, que aumentarão despesas e
trarão insegurança no recolhimento do ISS, ocasionando até um
descontrole na forma da arrecadação. “Ou seja, a medida impõe
enormes dificuldades operacionais que não se justificam pelo
eventual benefício que a alteração da forma de cobrança do ISS pode
trazer a alguns municípios e em nada beneficia os consumidores de
planos de saúde”, finalizou.