O governador Beto Richa autorizou
nesta quarta-feira (01) a liberação de R$ 8 milhões, em recursos do
Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE), para financiar o seguro
rural da safra 2017, que corresponde a 26% de aumento em relação
aos recursos liberados no ano passado, que somaram R$ 6,34 milhões.
A estimativa, este ano, é atender cerca de 4.500 apólices de seguro
rural no Paraná.
“O agricultor paranaense precisa de
segurança no retorno de seu investimento. A ampliação do seguro
rural é uma forma de reduzir as incertezas inerentes à atividade
agrícola, sobretudo aquelas associadas ao clima e ao mercado, e
assim dar mais tranquilidade ao produtor e à sua família”, disse o
governador Beto Richa.
O secretário da Agricultura e
Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que grande parte desses
recursos vai financiar as safras de milho safrinha e de trigo,
culturas de maior risco no Estado. Mas no total, serão 29 culturas
beneficiadas como feijão, cevada, aveia, frutas, florestas
plantadas, hortaliças, frutas e outras.
Para Ortigara, essa é uma decisão
estratégica do governo do Paraná que contribui para disseminar a
cultura do seguro rural no Brasil, com objetivo de proteger as
culturas e a renda dos produtores rurais. Segundo ele, a
agricultura está sujeita a riscos biológicos (pragas e doenças), do
clima (falta ou excesso de chuvas, frio intenso, granizo, etc.) e
econômicos, com o sobe-desce dos preços imposto pela lei da oferta
e demanda de produtos. “Fazer seguro hoje em dia protege o produtor
das incertezas do risco de produzir”, afirmou.
De acordo com o secretário, o Paraná é
o estado que mais faz seguro rural no Brasil e, disseminando essa
prática, o resultado será a redução de custos para todas as
culturas ao longo do tempo, destacou.
Ortigara lembrou que a expectativa
este ano para o Paraná é produzir cerca de 40 milhões de toneladas
de grãos, nas três safras cultivadas no Estado (primavera/verão,
outono e inverno). “Se alcançarmos essa meta, seremos responsáveis
por 19% a 20% da produção nacional de grãos. Assim, não poderíamos
deixar de ter mecanismos de proteção à produção como o seguro rural
que beneficia o pequeno, o médio e o grande produtor rural”.
INVESTIMENTO – De acordo com o diretor
do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da
Agricultura, Francisco Carlos Simioni, o programa de Seguro Rural
do Estado do Paraná foi criado com o objetivo de proteger a
produção estadual de eventuais perdas e conceder aos produtores a
indenização pelos prejuízos causados pelas perdas de produção. Ele
ressaltou que, quando o produtor se sente seguro para plantar, ele
investe em tecnologia, em inovação e modernização. “O retorno vem
com o aumento da produtividade, da qualidade dos produtos e isso
vira um ciclo de investimento, trabalho e renda”, afirmou.
De acordo com o Deral, o volume de
recursos do governo do Paraná disponível para o Seguro Rural, é
significativo. Nos três últimos anos, a área segurada foi de 232,6
mil hectares, representando cerca de 9% da área cultivada com grãos
e frutas, que contou com subvenção estadual. “Precisamos evoluir. O
ideal é segurar pelo menos um terço da área cultivada, os outros
dois terços são amparados por meio de outros instrumentos como o
Proagro, Proagro Mais e outros mecanismos de proteção à produção e
preços.
Atualmente nove seguradoras estão
credenciadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento a fazer
o seguro rural no Paraná. São elas, a Aliança, Allianz, Essor, Fair
Fax, Porto Seguro, Mapfre, Sancor, Swiss Re e Tokio Marine, que
está em fase final de habilitação. Segundo Simioni, o
relacionamento com as seguradoras e com os produtores é ágil,
simplificado e célere para dar efetividade ao programa e garantir o
pagamento da subvenção dentro do prazo pactuado.
SEGURO – A subvenção estadual cobre
parte do valor do prêmio que o produtor paga para contratar o
seguro da sua lavoura. Ela acontece em dois níveis, no federal que
subvenciona até 45% do valor do prêmio e dos 55% que restaram para
o produtor o Tesouro do Estado subvenciona 50%. Ou seja, de uma
apólice de seguro no valor de R$ 10 mil até R$ 4,5 mil são
subvencionados pelo Governo Federal, R$ 2.750,00 são subvencionados
pelo Tesouro do Estado e R$ 2.750,00 são pagos pelo produtor
rural.