O setor de seguros não pode
reclamar. Em ano de crise geral na economia do País, o segmento
deve manter a marca de crescimento de dois dígitos, destacaram
dirigentes do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado
(Sincor-RS). O ano deve fechar com média de expansão na venda de
produtos, que abrangem desde bens como carros e imóveis até vida,
saúde e previdência, deve ficar entre 17% e 20%, em média. A
entidade aposta na segurança da comercialização e suporte feitos
pelos corretores, que somam 6,3 mil profissionais no Estado entre
os mais de 80 mil no Brasil.
“Demora até a crise afetar o setor,
pois as pessoas se protegem para não perder, muitas vezes, o único
bem que possuem”, explicou o diretor social do sindicato, César
Luis Blauth, em visita ao Jornal do Comércio na sexta-feira
passada, quando foi recebido pelo diretor comercial, Luiz Borges.
Blauth citou ainda que o segmento voltado a imóveis é um dos que
mais cresce, associando com o período de estragos gerados por
ventos e inundações, que eleva o interesse. O valor, entre R$
300,00 a R$ 400,00 ao ano, costuma surpreender. “As pessoas não
fazem porque que acham que é muito caro, mas não é”, disse o
diretor social.
O Sincor-RS tem atuado em denunciar
os chamados seguros piratas, vendidos por associações beneficentes,
que não têm registro para isso e geram riscos a quem adquire. O
diretor de marketing, André Luiz Araújo Thozeski, informa que a
denúncia e fiscalização de órgãos como Polícia Federal e Ministério
Público indicam que a prática vira canal de evasão de divisas e
crime contra a economia popular. Um tema que o sindicato acompanha
de perto ainda é o ingresso de bancos na corretagem de seguros.
O Sincor-RS não concorda com a
criação da Corretora de Seguros do Banrisul, cujo projeto de lei
tramita na Assembleia Legislativa. Thozeski explicou que a entidade
se reuniu com a direção do banco há cerca de um mês e mostrou que
atuar com corretores independentes vai elevar a receita da
seguradora que o banco tem em sociedade com a Icatu Seguros. “O
corretor representa o segurado perante a seguradora. Vemos conflito
de interesse no banco atuar nas duas pontas.” Segundo o diretor de
marketing, 85% da comercialização de produtos é feita por meio do
corretor.