Para o momento de retomada,
sinergia e protagonismo serão essenciais para os profissionais da
área
Sem precedentes, esse ano, o Dia
Nacional da Saúde, 05 de agosto, será celebrado em meio a uma
pandemia que afetou amplamente a receita e a atuação dos
profissionais da saúde, tanto no sistema público quanto nos
hospitais particulares. Segundo a professora da IBE Conveniada FGV
e especialista em carreira e gestão de pessoas, Patricia Pousa,
para o pós-covid-19, o perfil desse setor deve mudar, com ênfase
aplicada à chamada Atenção Primária à Saúde (APS).
“O modelo de atendimento já está
sendo modificado, pois muitas pessoas estão e devem ficar com medo
de irem ao hospital, por isso, a APS deverá ser reforçada. Nela, os
profissionais trabalham com promoção à saúde e prevenção à doença,
fazendo com que as pessoas se conscientizem sobre a importância
desses cuidados”, comenta a professora.
Ela explica que nesse modelo de
atuação, a atenção dos profissionais acontece para além do momento
em que o paciente esteja no hospital. “Como exemplo, podemos citar
um paciente que irá fazer uma cirurgia no joelho. Além de pensar
nos cuidados na hora da operação para que ele sobreviva, a
qualidade de vida pós-procedimento receberá atenção redobrada,
almejando que ele fique curado, que ele consiga dançar, andar de
bicicleta, correr, se exercitar e aproveitar a vida com muita
saúde”.
A experiência do paciente centrada
na expectativa junto aos colaboradores, será um ponto essencial
para a retomada. “Agregar valor ao tratamento do paciente fazendo
um bom atendimento, com custo financeiro menor, mas com um desfecho
mais positivo será primordial. Nessa experiência, além de ser
curado, o paciente receberá um atendimento que promova a qualidade
de vida, onde ele será engajado e ativado para um bom resultado do
tratamento. Com esse modelo de atuação, todos os players sairão
ganhando”, reforça Patricia Pousa.
Protagonismo e sinergia
A especialista ressalta que os
colaboradores já estão sendo desafiados e que cada vez mais deverão
desenvolver competências, tais como, adaptabilidade para o novo
cenário mudança, senso crítico, tomada de decisão rápida,
assertividade, escuta ativa, empatia e comunicação assistida. Além
dessas características, os profissionais deverão entender de
negócio, gestão, ferramentas, metas qualitativas e quantitativas.
“Para nós, a nomenclatura ‘novo normal’ já caiu por terra, agora,
estamos falando de um novo mundo, onde o profissional deverá, cada
vez mais, ter autonomia e senioridade”, ressaltou.
Segundo Patricia, os profissionais
precisarão ter uma visão aumentada sobre os acontecimentos, sem
esquecer do autocuidado, sobretudo da saúde mental e sinergia com a
equipe, principalmente com os PARes para atuar em situações
diversas. “Esse cuidado é importante, pois nos momentos de
protagonismo, a liderança passa a batuta para o profissional que
está ao lado. Em cada momento e situação, alguém será responsável
pela maestria, por isso, o profissional deverá estar preparado e
fazer a diferença no cenário onde ele estiver”.
Sobre a celebração do Dia Nacional
da Saúde, ela ressalta que os profissionais da saúde devem celebrar
as milhares de vidas que foram salvas. “Em meio à crise, é hora de
celebrar a oportunidade de poder ‘servir as pessoas’, promovendo o
bem estar e qualidade de vida. Esse é um motivo de celebração,
sempre”, finaliza a especialista.