Terceira edição do informativo
contempla informações assistenciais, econômico-financeiras e
demandas de beneficiários
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) divulga nesta terça-feira (21/07) a terceira
edição do Boletim Covid-19, com dados que mostram o monitoramento
dos planos de saúde durante a pandemia. A publicação apresenta
informações assistenciais e econômico-financeiras coletadas até
junho junto a uma amostra relevante de operadoras, permitindo uma
análise do impacto do novo Coronavírus no setor.
As informações assistenciais
contemplam dados encaminhados por 51 operadoras que possuem
hospitais próprios. Já os dados econômico-financeiros registram as
informações enviadas por 107 operadoras de grande porte que,
juntas, compreendem 74% dos consumidores de planos de saúde
médico-hospitalares. A maior parte das informações resulta de dados
enviados pelas operadoras de planos de saúde em atendimento a
Requisições de Informações da Agência e extraídos do Documento de
Informações Periódicas (DIOPS) enviados trimestralmente pelas
operadoras, bem como dados de envio obrigatório aos sistemas de
informação da ANS. O boletim também inclui uma análise das demandas
dos consumidores registradas pelos canais de atendimento da ANS,
com dados extraídos do Sistema de Informações de Fiscalização
(SIF).
De maneira geral, os números de
junho reforçam a tendência de retomada das consultas em
pronto-socorro não relacionadas à Covid-19 e no número de exames e
terapias realizados fora do ambiente hospitalar. Nos dois casos,
contudo, a retomada acontece de forma gradativa, e os dados
continuam inferiores ao período anterior à pandemia e no
comparativo com o mesmo período do ano passado. Observou-se que a
taxa de ocupação geral de leitos (comum e de UTI) por procedimentos
relacionados ou não à Covid-19 permaneceu abaixo dos patamares de
ocupação observados em 2019, mantendo assim o padrão verificado
desde março. Em relação aos dados econômico-financeiros, o setor
manteve tendência de redução da sinistralidade medida pelo fluxo de
caixa (percentual das mensalidades usado para pagamento de custos
médicos) no mês de maio. Quanto à inadimplência, os dados de junho
mostram leve queda em relação ao mês anterior, retornando para mais
próximo do nível histórico, após elevação do indicador em maio.
O Boletim Covid-19 é uma iniciativa
das diretorias de Normas e Habilitação das Operadoras, Normas e
Habilitação dos Produtos e de Fiscalização. O objetivo da
publicação é monitorar a evolução de indicadores das operadoras de
planos de saúde durante a pandemia, subsidiando análise qualificada
da Agência Reguladora e prestando informações relevantes à
sociedade.
Informações assistenciais
Os dados do Boletim Covid-19
mostram que em junho a taxa de ocupação geral de leitos manteve-se
estável em relação a maio deste ano (62%, ante 61% em maio) e
abaixo da taxa verificada no mesmo período do ano passado (75%). Os
dados de junho mostram, pela primeira vez, leve queda na taxa de
ocupação dos leitos alocados para Covid-19: 59%, ante 61% no mês
anterior. A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 se
manteve em 65% entre maio e junho, porém a alocação de leitos de
UTI para internações relacionadas à Covid-19 apresentou queda de
59% em maio para 51% em junho.
Observa-se também que a quantidade
de consultas em pronto-socorro que não geraram internações, que
apresentou queda no início da pandemia, apresenta retomada
gradativa a partir de maio, com aumento de 20% em junho. Da mesma
forma, a busca por atendimentos de Serviços de Apoio Diagnóstico
Terapêutico (SADT) - ou seja, exames e terapias realizados fora do
ambiente hospitalar - também indica uma retomada gradual,
apresentando quedas menores em maio e junho comparado aos mesmos
meses de 2019. Os custos por diária em internações com ou sem UTI
mantiveram-se estáveis em relação a maio. A duração de uma
internação por Covid-19 permanece mais longa que os outros tipos de
internação.
Informações
econômico-financeiras
As informações
econômico-financeiras nesta edição do boletim abrangem 101
operadoras para o estudo de fluxo de caixa e 102 para o estudo de
inadimplência. Assim como nos boletins anteriores, nesse tópico
foram verificados o fluxo de caixa das operadoras, através do
movimento de entrada (recebimentos) e saída (pagamentos) de
recursos em um dado período; a evolução do índice de sinistralidade
de caixa; e a análise da inadimplência – não pagamento de
obrigações no prazo estabelecido, observando-se os pagamentos
recebidos e os saldos vencidos.
Nos gráficos apresentados no
boletim, é possível verificar pequeno aumento nos valores pagos
pelos beneficiários em junho. A tendência de queda do índice de
sinistralidade vista em maio se acentuou em junho, devido à queda
dos valores pagos pelas operadoras a fornecedores. Em junho, o
índice de sinistralidade (mediana) foi de 59%, frente 65%
registrado em maio.
Nota-se ainda que houve redução em
relação a maio nos percentuais de inadimplência tanto para planos
individuais ou familiares, quanto para coletivos. Nos primeiros,
foi registrada mediada de 10% (em maio, foi de 13%); já nos planos
coletivos, em junho o percentual de inadimplência ficou em 5% (em
maio, foi de 7%), retornando assim para mais próximo do nível
histórico observado.
Demandas dos consumidores
O Boletim Covid-19 informa ainda o
número de demandas de consumidores relacionadas ao tema Coronavírus
efetuadas pelos beneficiários de planos de saúde. Do início de
março até o final de junho, foram registrados 8.934 pedidos de
informações e 5.766 reclamações sobre Covid-19. Do total de
reclamações, cerca de 40% dizem respeito a dificuldades relativas à
realização de exames e tratamento; 40% se referem a outras
assistências afetadas pela pandemia; e 20% são reclamações sobre
temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por
exemplo).
Se considerado o número total de
reclamações registradas em junho, é verificado um crescimento de
21,4% no número de queixas em relação ao mês anterior: foram
registradas 11.097 reclamações naquele mês, frente 9.138 queixas
registradas em maio. Contudo, cabe destacar que, mesmo com o
aumento verificado nesse mês, o volume não alcançou o registrado na
ANS a partir do segundo semestre de 2019 até março de 2020. Do
total de reclamações em junho, 17,8% foram relacionadas à Covid-19
(1.973 reclamações). Em maio, o percentual foi pouco maior, 18,3%
em relação ao total de demandas (1.669 reclamações).
É importante esclarecer que na
metodologia utilizada para a classificação das demandas
relacionadas à pandemia do novo Coronavírus, utilizou-se marcadores
específicos relativos à Covid-19 tendo como base os relatos dos
consumidores ao cadastrar suas reclamações e pedidos de informação
na ANS. Não há, portanto, em relação a essas demandas, qualquer
análise de mérito sobre eventual infração da operadora ou da
administradora de benefícios à Lei 9.656/98 e seus normativos ou
aos termos contratuais.
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Saiba mais sobre as
ações da ANS relacionadas à pandemia.