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Está chegando a vez das HealthTechs?

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo Data: 15 agosto 2018 Nenhum comentário

Se existe algo que empreendedores adoram são problemas relevantes que atingem muitas pessoas. É neste tipo de ambiente que eles podem aplicar novas tecnologias e ideias inovadoras para criar grandes empresas. Para eles, o Brasil é um parque de diversões. Basta olhar para um segmento de mercado que encontraremos problemas sérios para serem resolvidos e que afetam dezenas ou centenas de milhões de brasileiros.

 

Há alguns anos, vimos uma explosão de startups atacando diversos problemas do mercado de finanças. Se por um lado temos um dos sistemas bancários mais modernos do mundo, por outro temos grandes ineficiências para serem resolvidas. São problemas que motivaram empreendedores a criar as startups financeiras, também chamadas de fintechs. Hoje, há centenas delas. Algumas crescem tão rapidamente que já trazem soluções reais para milhões de usuários em todo o País.

 

Mas não é só no mundo dos bancos que temos problemas deste tipo para serem resolvidos. Outro segmento que parece estar a beira de uma grande mudança é o da saúde. Os ingredientes estão todos presentes e em grande abundância. Milhões de pessoas afetadas – não estaríamos mentindo se disséssemos que toda a população é afetada, desigualdades gigantescas no acesso a serviços de saúde, problemas sérios de qualidade, custos galopantes e ineficiências para todos os lados. Um prato cheio para empreendedores.

 

 

 

A explosão das HealthTechs já começou por aqui. Em um recente estudo da Liga Ventures, a contagem de startups focadas em saúde no Brasil já passa de 250. Elas começam a atacar de maneira focada cada um dos problemas que enfrentamos. A tecnologia pode ser usada, por exemplo, para garantir acesso à serviços de qualidade para a população de baixa renda. Para melhorar a relação entre médico e pacientes através de canais digitais. Garantir que prescrições médicas não tenham erros, reduzir custos de planos de saúde com auxílio de inteligência artificial, ou aumentar a adesão a tratamentos para doenças crônicas usando assistentes digitais também são ideias promissoras. 

 

Se o número de iniciativas já é excitante, são ainda mais animadoras as possibilidades de aplicarmos tudo que aprendemos com a internet e tecnologias como Big Data e Inteligência Artificial nos enormes bancos de dados da saúde. Faz todo o sentido esperarmos resultados semelhantes aos que vimos em outras áreas. É hora de termos serviços de atendimento em clínicas e hospitais parecidos com o que já é feito por Nubank e Magnetis. Ou vermos o uso de dados de forma personalizada para precificar e facilitar o acesso a planos de saúde, da mesma forma que já vemos nos produtos financeiros oferecidos por Creditas e Guia Bolso. Claro, nada disto virá sem desafios. Mas é isto que move estes empreendedores. Saúde!

 

*É sócio do fundo RedPint Eventures

 

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