Na tarde do último dia 22, o ministro
do TST (Tribunal Superior do trabalho), Aloysio Corrêa da Veiga,
realizou audiência de conciliação entre os “representantes” dos
trabalhadores dos Correios e a direção golpista da ECT (Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos) sobre a cláusula 28° do ACT
(Acordo Coletivo de Trabalho) da categoria.
Na campanha salarial passada,
2017/2018, os sindicalistas do Bando dos Quatro (PT, PSTU, PCdoB e
diretoria do Sintect-MG- LPS) dos Correios orientaram os
trabalhadores dos Correios encerrarem a greve e aceitarem o acordo
proposto pela ECT/TST de reajuste miserável de 2.07%, pagamentos
dos dias de greve e jogar a cláusula do plano de saúde para ser
decidida pelo ministros do TST.
Essa audiência realizada no dia 22 é o
resultado do acordo assinado no ano passado. Diante dessa
orientação, o TST convocou as partes para definir o principal
benefício da categoria.
Apesar dos trabalhadores terem
realizado a greve, principalmente para defender esse benefício, a
greve terminou sem a definição da questão, e a situação foi para um
terreno desfavorável ao trabalhador, ou seja, colocar nas mãos e
cabeça dos ministros do TST, que de antemão já haviam declarado que
a direção da ECT tem razão em propor a destruição do atual plano
para estabelecer a cobrança de mensalidades e exclusão de
direitos.
Nesse sentido, a audiência de
conciliação, apesar de ser realizada por um ministro (Aloysio
Côrrea que dizia querer ajudar os trabalhadores, apresentou uma
proposta que mantém em quase tudo os interesses da ECT, como o
pagamento de mensalidades e a exclusão de pais e mães do plano de
saúde.
A proposta estabelece que as
mensalidades do plano de saúde para categoria será estabelecida em
cima de um montante de R$ 300 milhões de reais, pais e mães
não poderão ser mais incluídos no plano, sendo que os que já estão
terão que pagar uma mensalidade maior.
Ou seja, é a proposta de que os
trabalhadores perdem o direito adquirido, sendo obrigados a custear
nesse primeiro momento com o custo do plano em seus rebaixados
salários.
O ministro concedeu 10 dias para a
categoria aceitar essa proposta, caso contrário, a cláusula 28° do
ACT, assinado pelo Bando dos Quatro será julgado pelo TST no dia 12
de março.
A audiência deixou claro que os
ministros do TST estão preocupados em ter que atacar um direito
importante do trabalhador dos Correios sem o aval da categoria, por
isso da tentativa de levar os trabalhadores aceitar pacificamente o
fim de seu próprio benefício.
No entanto, independente de aceitar na
audiência, ou no julgamento, o plano de saúde dos Correios, com
essa proposta está caminhando para seu fim, com pagamentos de
mensalidades que levará a uma situação insustentável em futuro
próximo, diante da miséria salarial que a categoria recebe.
Diante disso só cabe a luta, que está
fora de cogitação por parte dos sindicalistas do Bando dos Quatro,
que já entregou a decisão do plano nas mãos dos ministros golpistas
do TST.
Os trabalhadores precisam reagir
com uma greve por tempo indeterminado, enfrentando agora o TST, já
que, ao contrário do que os sindicalistas do Bando dos Quatro
tentam convencer os trabalhadores dos Correios de que decisão de
juiz não se contesta, se cumpre, essa decisão deve ser contestada
firmemente, já que trata de um direito adquirido, da saúde da
categoria e de seus familiares.