A mudança nas expectativas, segundo o
presidente da confederação, tem como pano de fundo o desempenho dos
planos de previdência privada e o setor de saúde
O setor de seguros já superou R$ 1
trilhão em ativos e está pronto para alavancar o próximo ciclo
virtuoso no País, defendeu nesta terça-feira, 19, o presidente da
Confederação Nacional das Empresas Seguradoras (CNseg), Marcio
Coriolano.
“Nos últimos dois anos, o País passou
por dificuldades titânicas e impressionou a todos com sua enorme
capacidade de superação. O sistema de seguros brasileiro pode
contribuir de forma importante para a reversão cíclica e tem
condições de suportar e alavancar novos ciclos virtuosos”, destacou
ele, durante discurso de abertura na 8ª Conseguro, conferência do
setor de seguros promovida pela CNseg, no Rio.
Segundo Coriolano, apesar do tamanho
do setor de seguros superar outros segmentos da economia, o
segmento precisa ampliar sua presença e também ser melhor
compreendido pela sociedade, mas depende de estímulo de políticas
públicas e econômicas assertivas.
Isso porque, conforme ele, a
contratação de apólices junto à iniciativa privada como, por
exemplo, de seguro saúde e de previdência privada, desonera o
governo e evita novos gastos públicos. Lembrou ainda que as
reservas técnicas das seguradoras contribuem para o financiamento
da dívida pública e que ainda estimulam novos investimentos.
O presidente da CNseg lembrou também
que o setor de seguros é movido por melhor distribuição de renda e
que mais camadas da população brasileira precisam ter acesso ao
mercado assim como em países mais desenvolvidos.
Ele cobrou ainda, durante plateia de
autoridades, incluindo o secretário executivo do Ministério da
Fazenda, Eduardo Guardia, maior participação do setor de seguros no
processo de retomada da economia brasileira.
“Nosso propósito é nos mostrarmos
francamente, para a sociedade praticar reflexão da nossa capacidade
de contribuir com um novo Brasil”, concluiu Coriolano.
Projeções
A CNseg revisou para baixo as
projeções para o crescimento do mercado de seguros neste ano e
espera que o setor cresça entre 6% e 7,% ante intervalo de alta de
8% a 10%, de acordo com o presidente da entidade.
A mudança nas expectativas, segundo
ele, tem como pano de fundo o desempenho dos planos de previdência
privada ao longo de 2017 e ainda o setor de saúde, que tem sido
palco de uma migração de planos mais caros para soluções de custo
mais baixo e, consequentemente, menos prêmio.
“O mês de julho ficou no mesmo patamar
de junho, o que pode ser uma boa notícia uma vez que a
desaceleração no crescimento vista até então foi estabilizada. A
taxa anual indica crescimento de cerca de 7%. Apesar de ser menor,
o mercado de seguros continua resiliente”, explicou Coriolano,
durante coletiva de imprensa.
Sobre o setor de Previdência, o
presidente da Federação Nacional das Empresas de Vida e Previdência
(FenaPrevi), Edson Franco, explicou que o desempenho dos planos
neste ano foram impactados pela piora da confiança no País em maio,
após as delações de executivos da JBS e da J&F, e ainda pela
redução dos juros básicos do País, a Selic, que tornam os fundos de
renda variável e de multimercados mais atrativos que a
previdência.
Ele disse ainda que no ano passado o
setor se recuperou depois de passar um momento mais difícil e que a
manutenção deste patamar em 2017, a despeito de um crescimento
menor, é uma boa notícia.