Ações sustentáveis pautam o setor de
seguros e a Saúde Suplementar
Na semana do Meio Ambiente, a
presidente da FenaSaúde destaca avanços e desafios para uma agenda
de desenvolvimento sustentável
No dia 20 deste mês celebramos cinco
anos da assinatura dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros,
os PSI. Neste mês, portanto, somos naturalmente levados a refletir
sobre os avanços do setor de seguros na agenda de desenvolvimento
sustentável, que teve início muito antes do dia 20 de junho de
2012, mas que ganhou corpo e impulso a partir do lançamento dos PSI
nessa data, durante a Rio +20.
Quando decidimos apoiar a iniciativa
da ONU para a criação dos Princípios, acreditávamos na premissa
fundamental de que o setor de seguros contém a sustentabilidade no
seu DNA. No exercício das atividades de subscrição de riscos,
gestão de riscos e investimento institucional, as seguradoras
encontram-se na posição privilegiada de poder incorporar a gestão
de aspectos ambientais, sociais e de governança em seus próprios
negócios, e também de exercer uma influência positiva sobre a
incorporação desses aspectos nos negócios dos seus clientes e
parceiros comerciais.
Além disso, apoiar o lançamento dos
PSI durante a Rio+20 foi também um reconhecimento do papel de
liderança que o Brasil busca e merece ocupar nas discussões globais
sobre o desenvolvimento sustentável, especialmente nas questões
ambientais e sociais.
Cinco anos depois, a adesão expressiva
das seguradoras brasileiras aos PSI e o grau de amadurecimento das
discussões sobre a sustentabilidade que alcançamos no mercado
brasileiro não deixam dúvidas de que, de fato, nosso setor e nosso
país estão vocacionados para oferecer uma contribuição decisiva
nesse tema. Talvez porque nós, como povo, tenhamos herdado dos
nossos antepassados a memória e o anseio de uma relação harmônica
com a natureza, com respeito a todos os seres vivos e ao planeta
que habitamos. Ou talvez porque tenhamos desenvolvido uma
capacidade ímpar de inovar e sermos criativos diante das
adversidades do ambiente e das circunstâncias, todos os dias…
Nestes cinco anos, a Comissão de
Sustentabilidade e Inovação da CNseg criou bases sólidas para atuar
de maneira estratégica na inserção das questões ambientais, sociais
e de governança nos diversos segmentos e atividades do setor de
seguros. O desenvolvimento da matriz de materialidade do setor de
seguros, o lançamento e o alcance das metas do mercado brasileiro
para os PSI, o planejamento estratégico da Comissão, a transição
para o Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros na matriz
GRI, e o engajamento da SUSEP como apoiadora dos PSI são alguns
marcos dessa trajetória, que demonstram o quanto avançamos.
Mas se estamos orgulhosos dessa
trajetória, podemos também lançar desafios maiores para o futuro. E
nesse sentido, agora na posição de presidente da Federação Nacional
de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que me permite observar o tema
sob um novo prisma, preciso destacar a importância de tratar a
sustentabilidade com um enfoque direcionado à saúde
suplementar.
Conforme declarei na entrevista para o
Relatório, “a saúde suplementar tem um componente intrínseco de
sustentabilidade que é cuidar da saúde das pessoas, garantindo o
seu acesso ao que há de mais moderno e efetivo na medicina
privada.” Devemos, portanto, garantir que as pessoas continuem
tendo acesso à proteção oferecida pelo nosso setor, e para isso
precisamos assegurar que as empresas disponham de um ambiente
regulatório que incentive o crescimento e a inovação, para que
possam gerar valor para seus acionistas e, principalmente, para os
consumidores.
Como Federação, temos o papel de
debater também a necessidade de aprimoramento dos processos de
gestão de riscos das empresas, para que incorporem os riscos
ambientais, sociais e de governança emergentes em nossa sociedade.
Dentre esses riscos, destaca-se, por exemplo, o de
responsabilização solidária das operadoras de saúde pela destinação
inadequada de resíduos sólidos gerados por prestadores de serviços,
credenciados, referenciados ou contratados pelas operadoras.
Conforme nos alertou o advogado Pery Saraiva Neto, em parecer sobre
o tema, “Devido aos diversos riscos que os resíduos de dos serviços
de saúde representam à saúde humana e ao meio ambiente, para que as
operadoras de planos de assistência à saúde não sejam
responsabilizadas solidariamente pelos danos da disposição
incorreta, devem garantir que toda a cadeia dê a destinação
ambientalmente adequada e sejam adotados todos os procedimentos
necessários para a prevenção de danos.”
Para nós, é só um dos grandes desafios
que o segmento de saúde suplementar deve enfrentar para garantir a
sua sustentabilidade, e um dos temas no qual a atuação
institucional tem o potencial de gerar externalidades positivas
para o meio ambiente e para o bem-estar de toda a sociedade. Alguns
outros temas foram destacados da seção dedicada ao nosso segmento
no Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros que, desde
logo, faço o convite a todos para que acessem. >> Relatório
de Sustentabilidade do Setor de Seguros