Pesquisa Focus, divulgada nesta
segunda-feira, prevê inflação abaixo de 4% e alta de 0,5% do
PIB
Por ora, as projeções do mercado
financeiro não foram alteradas em virtude da nova crise política
gerada com as denúncias da JBS, na semana passada, colocando o
presidente Michel Temer no epicentro do terremoto político. Na nova
pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, analistas financeiros
mantêm a estimativa de queda da inflação oficial medida pela IPCA-
a alta esperada é de 3,92% no ano, 0,01 ponto percentual a menos
que na semana anterior. Trata-se da 11ª redução seguida do mercado
para a inflação. Em 2018, a aposta do mercado é de redução, na
semana, de 0,02 ponto, o que levaria a inflação a ter alta de
4,35%, também abaixo do centro da meta.
Sobre o crescimento econômico, o
mercado manteve as projeções da semana anterior. Ou seja, o PIB
deve fechar o ano com alta de meio por cento e de 2,5% em 2018.
Especialistas, contudo, podem não ter
tido tempo de refletir nas projeções as repercussões das denúncias
contra o presidente Michel Temer e a turbulência política gerada
pela delação premiada dos donos da JBS, além da reação do mercado
financeiro, sobretudo a forte alta do dólar.
Dessa forma, o mercado ainda mantém a
previsão de recuo da taxa Selic para 8,5% até dezembro e de corte
de um ponto percentual nos juros básicos na reunião deste mês do
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. No momento,
a Selic tem variação de 11,25% ao ano. No chamado Top-5, grupo que
reúne as instituições que mais acertam as previsões, a Selic poderá
cair a 8,13% na mediana das estimativas- na semana anterior era de
8,25%.
Na semana passada, o corte da Selic
era previsto em 1,25%, mas o cenário mudou para o mercado em
virtude das denúncias contra Temer, até porque no mercado futuro de
juros as chances de redução mais acentuadas foram descartadas,
considerando-se o fechamento do mercado de sexta-feira. A cautela
do mercado tem a ver com a perspectiva de que as reformas,
principalmente da Previdência, emperrem no Congresso.
No próximo ano, a pesquisa mostra
manutenção do cenário de juros a 8,5%, enquanto o Top-5 reduziu a
estimativa a 8%, de 8,13%.