Com a experiência como corretor e dirigente sindical, além de ter sido secretário de governo, deputado federal e superintendente da Susep, Vergílio disse que o país “vive uma das piores crises da sua história”, referindo-se ao momento econômico e político do Brasil.
O dirigente avaliou os impactos do atual cenário no mercado de seguros. “O que percebemos há alguns anos é que o crescimento do segmento de seguros de pessoas não vem sendo acompanhado de seu desenvolvimento”, ponderou. Segundo Vergílio, os produtos de acumulação, como o VGBL, que não tem a participação do corretor, são os mais comercializados. “Os produtos com cobertura de risco praticamente não apresentam um crescimento expressivo e nem aumento de penetração na população”.
O dirigente registrou que produtos inovadores, que representarão uma mudança de patamar na atuação e no volume de vendas para os corretores, estão na “fila”, aguardando normatização da Susep e da área fiscal do governo para lançamento. “O Universal Life, produto comercializado em vários países com grandes resultados, está há anos aguardando ajustes, assim como o Prev Saúde, produto de formação de reserva para futuro uso em gastos com saúde”. Sobre o microsseguro, Vergílio foi taxativo: “tem que ser reformulado. Da forma atual não atingirá objetivos e patamares de penetração como visto em outros países”.
O presidente da Fenacor destacou que a capacitação dos corretores, principal canal de distribuição, deve ser aprofundada, inclusive com ênfase para a autoregulação, e que a questão do agente de seguros precisa voltar ao debate. Finalmente, indicou que o desenvolvimento da cultura do seguro junto à população deve ser priorizado, com participação das entidades do setor e a busca incessante da disseminação da educação securitária. “Somente assim o seguro terá níveis de penetração compatíveis com o tamanho de nosso país”, afirmou.
Depois da palestra, Vergílio compôs a mesa de debate com os presidentes do CSP-MG, João Paulo Mello, do Sindseg, Augusto Matos, do Sincor-MG, Maria Filomena Branquinho e do ClubCor-MG, Helder Barbosa. A mediação ficou a cargo do vice-presidente do CSP-MG, Mauricio Tadeu. Os dirigentes responderam perguntas e debateram os temas abordados pelo palestrante, além de outros assuntos.
Para o presidente do CSP-MG, o evento foi marcante: “Ficamos muito satisfeitos, pois o Armando conseguiu demonstrar que, apesar do cenário atual, temos um rumo a seguir na busca do desenvolvimento do mercado. Somente atuando juntos, corretores, seguradoras e entidades do setor, é que vamos obter sucesso”, encerrou João Paulo Mello.