O corretor de seguros deve ficar atento às recentes mudanças no perfil dos segurados e de participantes em previdência privada. Segundo o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Edson Franco, além do novo quadro demográfico e socioeconômico, há um componente cultural, que também é importante observar, com atenção. “A média de idade do investidor que hoje aplica em previdência é de 45/46 anos, a geração que ainda tem uma memória inflacionária. Já as novas gerações tendem a ter uma visão mais de longo prazo, pois já viveram experiências de estabilidade monetária e macroeconômica”, afirmou o executivo.
Ele acrescentou que a cultura de poupança de longo prazo muda com o tempo, o que traz para corretores e seguradores a responsabilidade de formar pessoas, ajudá-las a entender a importância desses mecanismos de investimento e de proteção que correspondam a essas expectativas. “Isso gera a necessidade de soluções mais sofisticadas”, acentuou Franco.
Para o presidente da FenaPrevi, esse cenário aumenta a importância de novos produtos e soluções que chegam ao mercado, como o Universal Life, em fase de regulamentação na Susep.
Ele observou que essas normas vêm sendo esperadas com muita expectativa pelo mercado por constituírem significativa evolução para o segmento de seguros de pessoas, trazendo-o para mais perto da experiência vivida por mercados mais desenvolvidos e maduros. “É grande a expectativa. Seguradoras, corretores e entidades do setor acreditam que o novo produto tem potencial para ampliar significativamente o volume da carteira de seguro de vida no país”, enfatizou.
Ele lembrou ainda que o Universal Life é um produto bem-sucedido em outros países desde a década de 80, época em foi criado. Na visão do presidente da FenaPrevi, o fato de ainda não ter chegado ao Brasil não sinaliza um atraso do mercado local, mas um reflexo do ambiente social e econômico necessário para o desenvolvimento de um novo produto na área. “A demanda surge a partir da conscientização da população em relação à necessidade de proteção. Percebendo que já havia essa demanda, o mercado tratou de aperfeiçoar o arcabouço regulatório”, explicou.
Diante desse quadro, apesar do difícil momento econômico, o presidente da FenaPrevi não vê obstáculos para a expansão do seguro de vida, após a chegada do Universal Life. Isso porque o ramo possui todos os fundamentos necessários para sustentar o seu potencial no longo prazo.
Outra vantagem é a possibilidade da oferta diversificada de produtos que atendam as necessidades do consumidor de acordo com as fases de sua vida. “O Universal Life é um produto atraente pela característica do prêmio constante e que, por ser híbrido, tem também um apelo comercial bastante interessante”, disse Edson Franco.