Médicos vão suspender por 24 horas, nesta
quinta-feira (7), em todo o país, o atendimento a pacientes de
operadoras de planos de saúde. Pacientes que marcaram consultas e
procedimentos eletivos não serão atendidos. Somente casos de
emergência serão tratados.
O protesto foi organizado pela Associação Médica Brasileira (AMB),
pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional
dos Médicos (Fenam). O presidente da Associação Paulista de
Medicina (APM), Jorge Curi, disse ao G1 que 80% dos 160 mil médicos
em todo o país que atendem pacientes de planos de saúde devem
participar da manifestação.
“Ninguém vai parar a emergência, são apenas os atendimentos
programados. As pessoas não vão ao consultório, porque ele estará
fechado, mas poderão ir ao hospital”, afirmou Curi.
De acordo com o Curi, a categoria reivindica reajuste no pagamento
feito pelos planos de saúde e menos interferência dos convênios no
tratamento dos pacientes.
“Hoje, há uma defasagem gravíssima nos valores, por isso os
médicos estão abandonando os planos de saúde”, disse. “As
empresas também interferem no atendimento, prejudicando o paciente.
O médico atende, opera e não recebe, o que inibe a continuidade do
atendimento. Às vezes, não justificam a falta de pagamento e
esperam o médico reclamar. Também demoram para liberar exames e
tratamentos, que às vezes são definitivos para a cura do
paciente.”
O diretor da Associação Médica Brasileira, Florisval Meinão,
explicou que a Agência Nacional de Saúde verificou que, em dez
anos, o índice de reajuste nas mensalidades cobradas pelos planos
foi de 150%. Já o valor repassado para os médicos ficou em 60%. A
Agência chegou fazer uma instrução normativa em que solicitava aos
convênios explicar com clareza nos contratos com os médicos qual
seria a periodicidade do reajuste, mas as empresas não
obedeceram.
Segundo Meinão, a categoria fez diversas reuniões no ano passado
para tentar um acordo com as empresas, mas não tiveram sucesso.
“Em São Paulo, há convênio que paga R$ 25 por consulta, mas a
média varia de R$ 35 a R$ 40. O ideal seria pelo menos R$ 60. Não
queremos exigir que as empresas pulem de R$ 25 para R$ 60 em um
primeiro momento, pois sabemos que não seria possível passar de uma
situação para outra sem quebrar e não é esse nosso objetivo”,
afirmou Meimão. “Queremos uma solução para o problema. Propostas
concretas para resolver essa questão.”
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