A principal mudança será para
os clientes da Amil, já que a empresa não se credenciou para
renovar o contrato com o município a partir de 1º de junho
Os novos modelos de planos de saúde
propostos pela Prefeitura do Rio deixaram em alerta os servidores
municipais que têm contratos com a Assim e a Amil, atuais
operadoras. A principal mudança será para os clientes da Amil, já
que a empresa não se credenciou para renovar o contrato com o
município a partir de 1º de junho. Eles terão que migrar para a
Assim ou Caberj se desejarem continuar com o mesmo modelo
contratual. A alternativa criada pelo Executivo municipal foi a
oferta de um novo modelo, o coletivo empresarial, que permitirá ao
servidor contratar planos como Unimed, Golden Cross e Sul América,
com opções de redes de cobertura e co-participação. Confira a
seguir entrevista exclusiva com o secretário da Casa Civil,
Guilherme Schleder.
Quais são os motivos que
levaram à Prefeitura do Rio a oferecer uma nova modalidade de
contrato de plano de saúde para os servidores, onde não haverá mais
contrapartida do município?
GUILHERME: Foram vários
acontecimentos que precisam ser esclarecidos. Desde que o prefeito
Eduardo Paes assumiu o Rio, ele sempre teve o objetivo de oferecer
planos de saúde de qualidade para o servidor. Nos últimos quatro
anos, o plano de saúde da Amil foi aumentando muito o quantitativo
e o município foi absorvendo importante parte do custo. No ano
passado, nas negociações para a renovação do modelo atual — e
entendendo que a Amil era um plano de saúde importante, que o
servidor estava satisfeito — tentamos segurar ao máximo a
operadora. A prefeitura vinha concedendo aumentos normais, nada
mais natural. Em 2014 foi de 12%, que não afetou com o servidor,
pois o Executivo arcou com todo o aumento.
Quais eram as propostas
apresentadas pela Amil que o município tentou
negociar?
Pelas contas da Amil, o servidor
teria um aumento de cerca de 40% e o município de 26%. Além disso,
o plano tinha uma série de exigências, como a impossibilidade de
novas adesões e também a co-participação do servidor nos serviços.
Isso inviabilizaria o servidor ficar satisfeito. Não acho errado,
desde que isso fosse cobrado desde o começo. Eles queriam mudar as
regras no meio do jogo. E mesmo com a Prefeitura do Rio sangrando,
o prefeito abrindo o cofre em um momento que o país passa, seria
impossível agradar ao servidor nesse novo mecanismo. Começamos a
pensar nisso há uns quatro meses, quando entrou a Caixa de
Assistência à Saúde (Caberj) no atual modelo e a Assim
permaneceu.
Com a entrada da Caberj e a
permanência da Assim, por que abrir um novo modelo?
Quando abrimos o credenciamento ano
passado, entraram Caberj e Assim. Como a gente não tinha uma
segurança e como não temos experiência de saber como será a atuação
da Caberj, a gente não quer deixar o servidor só na mão da
operadora. Estamos abrindo outro credenciamento que vai permitir a
entrada da Unimed, Golden Cross e Sul América, em condições muito
melhores do mercado.
Haverá carência para o
servidor?
O servidor não terá carência. O
período de migração deve começar a partir do dia 16 deste mês.
Hoje, o servidor que está na Assim vai decidir se vai manter ou
pesquisar para onde vai. O da Amil terá que decidir se vai para a
Assim ou Caberj e ter o mesmo tipo de regras já em vigor ou então
migrar para a Unimed, Golden Cross ou Sul América. Ele terá um
leque de opções. Vai depender de quanto ele vai poder pagar e o
principal, terá 30 dias de carência em todas as situações. Na nova
modalidade terão que ser ofertados planos com ou sem
co-participação. E será necessário apresentar planos com
abrangência, rede superior ou inferior para haja alternativas de
escolha.
Quais são as principais
projeções de migração para os planos coletivos
empresariais?
Temos vários cenários, mais ainda
muito no âmbito da suposição. Se pensarmos nas vidas da Amil, por
exemplo, são 50 mil, sendo praticamente metade nos planos
superiores. Imaginamos que deste público de 25 mil, 80% vão migrar
para os planos coletivos empresariais.
A Prefeitura deixa de ter
quanto de contrapartida?
A prefeitura hoje gasta do dinheiro
do município R$ 4 milhões por mês. Com esse decréscimo de 80% da
Amil,ficaria R$ 1 milhão. A gente começou a ter déficit quando, lá
atrás, demos aumento de 12% para a Amil sem repassar para o
servidor.
Qual cenário atual de
receitas e despesas do Fundo de Assistência à Saúde do Servidor
Municipal?
Os 2% pagos pelo servidor
correspondem a R$ 5,4 milhões por mês e os 3% da prefeitura são R$
8 milhões mensais. A receita atual é de R$ 13,4 milhões/mês. As
despesas com a Amil são R$ 8 milhões por mês e a Assim, R$ 9,9
milhões. Total de R$18 milhões. O déficit então é de R$ 4,6
milhões/mês.
O senhor falou que fez
vários cenários, pode dar alguns exemplos?
Em todos eles temos a homologação
da Caberj e da Assim com início em junho, reajuste de contrato de
12% em junho de 2016 e reajuste da receita do FASS em 7% no mês de
julho de cada ano. Sem evasão do servidor, o complemento do Tesouro
seria de R$ 35,7 milhões somando o saldo de 2015 e 2016. Se for 15%
de evasão, será de R$ 38 milhões e 30% de saída, o complemento será
de R$ 43,8 milhões.
A principal preocupação do
servidor é se será obrigatório mudar do atual Plano de Saúde do
Servidor Municipal (PSSM) para o plano coletivo empresarial. Quando
se fará o esclarecimento?
Muitos estão com receio de que
serão obrigados migrar para novos planos. Vamos divulgar nos sites.
Sabemos que mudanças sempre geram confusão e estamos atento. Nossa
maior preocupação é com clientes da Amil. Mas nada contra, são
coisas normais de briga de empresas.