Depois de registrarem ligeira
redução no ano passado, os preços do seguro de automóveis começaram
o ano em alta no Grande ABC. Nos últimos quatro meses, na média,
houve elevação de 8,6% nos valores praticados na região, de acordo
com levantamento realizado, a pedido do Diário, pelo corretor
Arnaldo Odlevati Júnior, que tem empresa com seu nome em Santo
André e é coordenador do núcleo de mercado do setor da Acisa
(Associação Comercial e Industrial de Santo André).
Esse percentual se baseia em
cotações realizadas em novembro e repetidas na semana passada, com
base nos mesmos parâmetros, como o perfil do condutor: mulher de 35
anos, casada, sem filho entre 18 e 24 anos, que mora em prédio com
vaga na garagem, tipo do carro: Renault Sandero 1.0 ano 2010, e
também os bairros da região (não incluídos, como das vezes
anteriores, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), da Capital e de
Santos.
Por sua vez, em outro levantamento
já divulgado pelo Diário, com a comparação entre novembro de 2014 e
o mesmo mês de 2013, havia se constatado queda de 1%.
Segundo representantes do setor, o
aumento dos preços reflete, sobretudo, a sinistralidade, o que
inclui tanto roubos, furtos e colisões como prejuízos ocasionados
por enchentes neste mês, por exemplo.
Os números da Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo mostram que os roubos de veículos
nos sete municípios tiveram queda de 4,72% em 2014 na comparação
com esses crimes em 2013 mas, os furtos,cresceram 5,8% no mesmo
período.
“As colisões também aumentaram”,
cita o diretor regional do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de
Seguros no Estado de São Paulo), Sady José Sobrinho. Ele acrescenta
que a inflação exerce influência também, por causa de elevações de
custos de peças de reposição e de mão de obra das oficinas.
O levantamento mostra, ainda, que o
seguro de carro no Grande ABC segue mais caro do que em outras
regiões da Capital: enquanto, na média, de acordo com cotações
feitas com três seguradoras, o preço da apólice ficou em R$ 2.861
(valor à vista, em primeira contratação, já que nas renovações o
custo se reduz, pois o segurado obtém desconto por bonificação), na
Zona Sul de São Paulo a cotação apontou valor em torno de R$ 2.215,
e na Zona Norte, de R$ 2.670. A região também perde para Santos, em
que se apurou a média de R$ 2.781.
DESMANCHE – Avaliada como fator que
ajudaria a reduzir o índice de roubos e furtos de carros e, por
consequência, colaborar para diminuir o preço do seguro, a Lei do
Desmanche, sancionada pelo governo do Estado em janeiro de 2014, e
que entrou em vigor em julho, teve algum feito, mas os reflexos
ainda são pequenos, avalia o dirigente do Sincor-SP. Para José
Sobrinho, falta fiscalização mais intensa sobre esses
estabelecimentos, que agora são obrigados a ter registro de todos
os veículos adquiridos e seus componentes, que devem ser
identificados por notas fiscais eletrônicas.
Outro problema é que ainda não
entrou em vigor lei federal (previsto para ocorrer em maio) e que
também vai exigir mais controle sobre os desmanches em todo o País.
Isso porque, se o roubo da peça ocorre aqui, e ela é vendida em
outro Estado, a legislação paulista não tem alcance para coibir o
comércio ilegal fora de São Paulo, observa o dirigente.