A corrente de comércio brasileira
(soma das exportações com importações) registrou US$ 454.132
bilhões em 2014, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações
somaram US$ 225.101 bi e as importações US$ 229,031 bi. O
resultado do ano mostrou uma queda de 5,74% em relação a 2013, e as
previsões para 2015 são incertas. Mesmo assim, os números são
expressivos e desperta muita atenção do mercado de seguros que
ainda é incipiente no comércio internacional.
Durante anos, as companhias de
seguros praticamente desprezaram o comércio exterior, e preferiram
concentrar seus investimentos em seguros populares e massificados,
que são muito maiores e apresentam receitas mais rapidamente. As
seguradoras gastam milhões de reais em campanhas de marketing e
divulgação de seus produtos, mas nada midiático sobre o seguro de
transporte internacional, um ramo diferenciado, sofisticado e,
considerado o mais nobre de seguro.
Em 2014, os prêmios de seguro de
transporte internacional representaram menos de 0,5% da totalidade
dos prêmios arrecadados em todos os ramos. Essa participação
inexpressiva do ramo de transporte internacional não corresponde à
potencialidade do comércio exterior brasileiro, e se justifica pela
falta de investimentos das seguradoras no segmento, falta de
criação de produtos e ações que elevem a cultura do seguro e mostre
seus benefícios.
Com o elevado nível de
competitividade nos seguros massificados, as seguradoras buscam
novos nichos de mercado e o ramo de transporte internacional começa
a despertar o interesse daquelas com pretensões em aproveitar as
oportunidades que comércio exterior oferece.
As seguradoras são muito bem vindas
ao comex, há um oceano de oportunidades, principalmente para
aquelas que têm algo diferente a oferecer a um setor onde muitos
importadores e exportadores realizam suas operações de compra e
venda sem seguro, ou contratam pouco.
Entretanto, não basta apenas vender
o seguro tradicional com taxa menor que de outras seguradoras, um
erro já cometido por algumas que se aventuraram no ramo e
posteriormente se retiraram por falta de estratégias corretas.
As seguradoras que desejarem
participar ou aumentar seus negócios no ramo de transporte
internacional, precisam ser cuidadosas na avaliação de riscos e
experiências anteriores, diferenciar tamanho de clientes e volume
de negócios, estabelecer regras de gerenciamento de riscos
específicas e precificar corretamente os seguros. Além disso, é
preciso inovar, criar novos produtos e novas coberturas, investir
fortemente em marketing e identificar a forma de distribuição com
corretores de seguros especializados e capacitados.
O seguro de transporte é muito
complexo, com características únicas, e exige do corretor de
seguros não só conhecimentos das condições do seguro e legislação
securitária, mas também sobre convenções e tratados internacionais,
direitos e obrigações, dominar o Incoterms e entender à
aplicabilidade das leis e código de defesa do consumidor nos
contratos de seguros.