Populares em clínicas
particulares, a acupuntura e outras práticas da chamada medicina
alternativa têm sido cada vez mais procuradas também por pacientes
da rede pública e dos planos de saúde.
Só nas unidades estaduais do Sistema Único de Saúde (SUS) no
Estado de São Paulo, o número de sessões triplicou em cinco anos,
passando de 81 mil, em 2008, para 247 mil em 2013, segundo a
Secretaria Estadual da Saúde.
O aumento também foi observado nos postos do SUS em todo o
Brasil, na rede pública municipal de São Paulo e em operadoras de
planos de saúde.
Para especialistas e pacientes, a procura por um cuidado
integral, que não apenas trate uma doença específica, mas trabalhe
o corpo como um todo e promova a saúde e o bem-estar, é a principal
razão para o crescimento dessas práticas.
“Esses conhecimentos milenares vêm tendo seus resultados
comprovados cientificamente”, afirma Emilio Telesi Jr., coordenador
da área técnica de Medicinas Tradicionais, Homeopatia e Práticas
Integrativas de Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo. “Com o aumento das doenças crônicas e a necessidade de
utilização constante de remédios, as pessoas veem o quanto é
importante cuidar do todo, mantendo um espaço para a saúde em suas
vidas. E é um procedimento que proporciona bem-estar para os
profissionais que executam também”, completa.
Melhora. Foi a acupuntura associada à massagem terapêutica e
à meditação que permitiu que a nutricionista aposentada Akiko
Hachiya Pinto, de 75 anos, superasse os diversos problemas físicos
que foram surgindo após ela desenvolver uma depressão, há cinco
anos.
“Quando me aposentei, eu tinha vários planos, mas percebi que
meu corpo, minha mente e minha condição financeira não permitiam
que eu fizesse tudo o que sonhava e comecei a ficar deprimida. Só
que isso teve reflexos no meu corpo. Tive pneumonia, gastrite e um
problema no nervo da perna. Não conseguia mais andar”, conta
ela.
Há cerca de seis meses, Akiko foi aconselhada por uma médica
com quem tinha trabalhado a procurar o Centro de Referência em
Homeopatia, Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas de Saúde
da Prefeitura de São Paulo, na zona sul da
capital.
“Comecei a fazer acupuntura e a passar com o homeopata
também. A medicina oriental mexe com o sistema todo, faz com que
você entenda o porquê de determinada dor. No meu caso, não
adiantava tratar só as doenças, os sintomas, se eu não me cuidasse
integralmente”, afirma a nutricionista, que voltou a andar graças
ao tratamento com as agulhas.
“A acupuntura me ajudou muito. E me sinto melhor. Até fiz o
almoço de Natal para a família. Respeitando meu ritmo, mas fiz”,
comemora Akiko.