Objetivo é mobilizar 14 unidades do Laboratório
Central de Saúde Pública nos estados e potenciais laboratórios de
universidades, além de analisar 3 mil produtos em 36
meses
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) lançou na quinta-feira (18) dois programas de
monitoramento da qualidade de medicamentos e produtos para saúde no
Brasil. O Programa Nacional de Verificação da Qualidade de
Medicamentos (Proveme) e o projeto Monitoramento de Materiais de
Uso em Saúde Comercializados no Brasil foram desenvolvidos em
parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud).
Inicialmente, o Proveme analisará
amostras dos medicamentos do Aqui Tem Farmácia Popular e Farmácia
Popular. Também serão analisados os notificados, os mais vendidos
por unidades e os mais vendidos por faturamento. A estimativa é
analisar 5 mil amostras em 18 meses. Os laboratórios serão
remunerados por cada laudo apresentado.
Os laboratórios parceiros do Proveme
são o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS),
14 unidades do Laboratório Central de Saúde Pública nos estados e
potenciais laboratórios de universidades.
O Programa Farmácia Popular do Brasil
está presente em 4.192 municípios brasileiros, com 29.654 farmácias
credenciadas e 546 unidades próprias.
O segundo projeto monitorará produtos
para saúde disponíveis no mercado, tais como implantes ortopédicos,
implantes de mama e equipamentos. O objetivo é analisar 3 mil
produtos em 36 meses. Entre os parceiros, laboratórios das
universidades federais de Campina Grande, de Santa Catarina e de
São Carlos, além do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e os
serviços nacionais de Aprendizagem Industrial da Bahia e do Rio
Grande do Sul.
As informações geradas pelos dois
projetos serão registradas no Sistema de Gerenciamento de Amostras
(SGAWeb), também lançado nesta quinta-feira. Nele, os laboratórios
poderão registrar amostras recebidas, resultados de análises e
laudos analíticos.
O sistema começou a ser desenvolvido
em 2011 pelo INCQS, em parceria com a Anvisa. A intenção é que o
SGAWeb seja utilizado por todos os laboratórios da rede de
vigilância sanitária, incluindo os laboratórios centrais,
regionais, municipais e a rede credenciada. “Se dois ou três
laboratórios analisarem amostras de lotes diferentes de produtos, a
informação estará organizada dentro do sistema. Isso mudará o
padrão de análise e terá grande valor para o sistema de vigilância
nas áreas de pesquisa e de intervenção sanitária”, disse o
diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.
A Anvisa também inaugurou hoje o
Centro de Gerenciamento de Informações sobre Emergências em
Vigilância Sanitária (eVISA). Nova unidade da agência, o centro
será responsável pela organização dos processos de captação,
monitoramento e resposta a emergências em vigilância
sanitária.
“A situação mais significativa nos
últimos meses foi o acidente com a aplicação de agrotóxico em Rio
Verde (GO), que acabou caindo em uma escola rural. É exemplo que
precisa ser rapidamente compreendido, assim como as ações
desencadeadas. Por isso, é fundamental termos uma unidade dentro da
Anvisa com essa finalidade”, disse Barbano.
O eVISA foi inspirado na concepção da
Rede Global de Alerta e Resposta para Emergências em Saúde Pública,
constituída por centros instalados em vários países e na sede da
Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra.
Para o ministro da Saúde, Arthur
Chioro, além de avançar na agenda de proteção do cidadão e
regulação do setor, as iniciativas apresentadas são importantes
para a vigilância sanitária, principalmente para consolidação de um
complexo industrial de saúde.
“São ferramentas importantíssimas na
modernização dos processos administrativos. Essa é a agenda que o
Brasil espera da Anvisa, das secretarias, das universidades, dos
laboratórios, de toda a rede comprometida com a agilização dos
procedimentos, com a incorporação tecnológica, a concessão de
registros e com o monitoramento. Podemos ganhar a agilidade que o
Brasil precisa para competir e gerar empregos”, acrescentou
Chioro.