Algumas dicas são importantes para reduzir o
preço da apólice do seguro do seu carro
Um
dos principais itens a se considerar na hora de comprar um veículo
é o preço do seguro. Um carro com oferta convidativa na
concessionária pode ser um mau negócio se sua apólice for cara – em
alguns casos, chega a quase um terço do preço do veículo. Porém, há
maneiras de reduzir o preço de uma cobertura. O Jornal do Carro
preparou algumas dicas.
Em
primeiro lugar, consulte, em uma corretora, as cotações do veículo
de acordo com seu perfil e região em que mora. Esses são os fatores
determinantes na equação do preço do seguro. Um carro que tem
cobertura cara na zona oeste não necessariamente terá despesa
equivalente na zona sul.
Feito
isso, considere abrir mão de alguns serviços extras oferecidos no
pacote contratado. Eles deixam o seguro mais caro e nem sempre se
enquadram nas necessidades primordiais do segurado. Alguns exemplos
são proteção dos vidros, carro reserva, assistência residencial e
guincho de longa distância.
Esses
itens, individualmente, não têm custo muito alto, mas, juntos,
podem deixar o valor do serviço até 25% mais alto, dependendo do
carro e do tipo de contratação. No caso de um Toyota Altis 2.0
2014, por exemplo, a variação chega a 15% na seguradora
HDI.
Diretor geral da unidade de automóvel da Banco do
Brasil Mapfre, Jabis Alexandre cita como exemplo a contratação do
guincho para distâncias superiores a 100 km. “É desnecessário para
o cliente que roda apenas dentro ou nas imediações da cidade.” Na
seguradora, o serviço deixa o preço final cerca de R$ 185 mais
caro.
A
contratação de carro reserva por oito dias, na Mapfre, encarece em
apenas R$ 65 o preço final do seguro. “Vale lembrar que, em São
Paulo, a diária de um veículo popular custa cerca de R$
95.”
Já a
cobertura dos vidros, que garante a troca sem que o usuário tenha
de acionar a franquia, aumenta o preço do seguro em R$ 90. Como
comparativo, um para-brisa de um Fiat Uno custa R$ 200, em média.
Já o de um Classe C parte de R$ 900.
O uso
de rastreadores e alarme contribui para diminuir o valor do seguro.
A mensalidade para um rastreador da Ituran parte de R$ 43,90 e a
instalação custa R$ 249. Há situações em que a própria seguradora
subsidia a instalação do aparelho. No caso de um Fiat Uno 2014, a
redução na seguradora HDI é de R$ 300, algo em torno de
15%.
Outra
opção fica por conta dos seguros com perfil fixo, que geralmente
são oferecidos nas concessionárias para carros zero-km. Neste caso,
é vantajoso utilizá-lo quando o cliente tem perfil considerado de
alto risco pela seguradora – a exemplo de condutores menores de 21
anos. Um motorista adicional com este perfil aumenta, em média, até
32% o valor final da apólice.
“O
histórico do cliente é analisado. Se for um motorista que sofreu
poucos acidentes por exemplo, ele pode ganhar descontos da
seguradora na hora de contratar o serviço”, explica o diretor de
automóvel da HDI Seguros, Fabio Leme.
SEGURO POPULAR Tramitam no Congresso Nacional
dois projetos de lei (PL 617/2011 e PL 23/2011) que visam
implementar o “seguro popular” no mercado brasileiro ainda em
2014.
O
objetivo é permitir a utilização de peças de outros veículos
sinistrados no reparo – como um para-lama ou um para-choque, por
exemplo. A regra só não vale para componentes da parte
mecânica.
Outra
exigência é que a troca só seja feita em carros com mais de cinco
anos de uso. A medida, caso entre me vigor, pode reduzir o valor de
uma apólice em até 30%.
APÓLICE COM VALOR FECHADO Marcas como Citroën,
Peugeot e Ford fizeram parceria com seguradoras para oferecerem
apólices com valor fixo. No caso das francesas, o preço do seguro
independe de CEP, sexo ou perfil e parte de R$ 1.741 para o C4
Lounge e R$ 2.045 para o 208. Há assistência 24 horas, guincho sem
limite de quilometragem, carro reserva e a possibilidade de incluir
um segundo condutor sem custo extra.
O
seguro promocional da Ford, em parceria com a Mapfre, vale para os
modelos Fiesta Rocam, New Fiesta, EcoSport, Focus, Ranger, Fusion e
Edge. Neles, apenas o CEP afeta o valor do prêmio. Também é
possível acrescentar um segundo motorista sem alterar o preço final
da cobertura.(Por Karina Craveiro).
CUSTO
DO SERVIÇO TEM MUDANÇA CONSTANTE
O
preço do seguro (chamado tecnicamente de prêmio) é o resultado de
uma análise de risco feita pelo técnico da seguradora. Ele usa as
características do perfil do segurado para estimar a probabilidade
de aquele veículo sofrer um roubo, furto ou acidente (chamada de
sinistralidade). O valor do prêmio nasce, portanto, de uma aposta
feita pelo técnico.
“Ele
tem de lidar com o imponderável, para o bem e para o mal. As
enchentes de verão, sempre esperadas, não ocorreram neste ano. Por
outro lado, a recente chuva de granizo na capital e o aumento dos
roubos foram surpresas ruins”, diz o presidente do Sindicato dos
Corretores de Seguro do Estado de São Paulo (Sincor-SP), Alexandre
Camillo.
A
partir daí, conforme as projeções iniciais se confirmem ou não, o
preço é ajustado. “Se o resultado não for o esperado quando foi
feita a precificação e a sinistralidade superar a expectativa, o
valor do prêmio será elevado no ano seguinte. Se for menor, o preço
cairá.”
Esse
processo de revisão é feito o tempo todo. Se fosse menos frequente,
a empresa poderia acumular prejuízo e o consumidor sofreria com
variações mais bruscas de preço.
Quando o aumento do risco é muito acentuado, a
seguradora não consegue repassá-lo integralmente àquele segurado,
pois perderia o cliente e ficaria com a imagem arranhada. A saída é
diluir os custos entre os outros segurados. Por isso, a calibragem
de preços é feita de modo conjuntural, considerando a carteira de
clientes como um todo.
Como
essa reavaliação de riscos acontece longe dos olhos do consumidor,
ele não tem condições de prever quanto gastará na renovação da
cobertura. “A correção do preço não segue índices econômicos. A
inflação exerce influência no custo das peças, por exemplo, mas
isso não significa que o valor do prêmio será corrigido pela
inflação. O que manda no preço dos seguros é a variação da
sinistralidade da carteira de clientes daquela empresa”, diz
Camillo.
Mesmo
quando o cliente acumula bônus por não acionar o seguro, isso não
garante que o valor do prêmio será menor que no ano anterior. “Se o
risco elevou muito o valor bruto do prêmio, mesmo após o abatimento
o seguro pode acabar saindo mais caro.”(Thiago Lasco).