Dos 3.891 médicos que completaram o cadastro do Programa Mais
Médicos, 2.379 indicaram os municípios em que desejam trabalhar,
segundo balanço apresentado na quinta-feira (1°) pelo ministro da
Saúde, Alexandre Padilha. O prazo para indicação das cidades
terminou no último domingo (28).
“Mais de 2,3 mil médicos que têm registro profissional no país
fizeram a conclusão da escolha do município e agora terão dois dias
para fazer o processo de homologação”, explicou o ministro.
Quem concluiu o cadastro, mas não informou em que município quer
atuar, poderá indicar as opções a partir do dia 15 de agosto,
quando o governo vai abrir novo prazo para inscrições e correção de
dados de médicos inscritos no programa. A prioridade, segundo
Padilha, será dos médicos brasileiros. Em seguida, as vagas não
preenchidas serão ocupadas por profissionais estrangeiros.
O Mais Médicos recebeu 16.530 inscrições prévias de médicos com
diploma brasileiro ou revalidado. Desses, 3.891 completaram o
cadastro. Os 1.920 médicos com diploma estrangeiro que também se
inscreveram têm até o dia 8 de agosto para completar o cadastro. A
demanda apresentada pelos municípios supera 15 mil médicos.
Para o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
do Ministério da Saúde, Mozart Sales, há uma proliferação de oferta
de vínculos e esse é um dos motivos das desistências. O programa
vai ter mais fases, segundo Sales, para suprir toda a demanda dos
municípios.
MunicípiosEm sua primeira seleção, o Programa Mais Médicos vai
levar 1.753 médicos para 626 municípios. De acordo com o Ministério
da Saúde, 51,3% das vagas ocupadas estão em cidades de maior
vulnerabilidade social do interior e 48,6% nas periferias de
capitais e regiões metropolitanas, todas elas nas áreas
prioritárias do programa.
Os médicos com registro brasileiro selecionados têm até o dia 3
às 16h para homologar a inscrição. Ao todo, 2.379 médicos com
diploma brasileiro fizeram a escolha dos municípios de preferência
para atuar pelo programa. Desses, 507 não foram alocados em suas
escolhas por indisponibilidade de vagas e poderão ajustar suas
opções até segunda-feira (5).
Os demais 119 que, descumprindo as regras do edital, não
apontaram as possibilidades de municípios para trabalhar, poderão
voltar a participar do segundo mês de inscrições, que começa no
próximo dia 15.
Dos 626 municípios selecionados na primeira etapa, 375 estão em
regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema
pobreza, 159 em regiões metropolitanas, 68 estão em um grupo de 100
cidades com mais de 80 mil habitantes de maior vulnerabilidade
social e 24 são capitais. Na distribuição dos profissionais foram
atendidos ainda 23 distritos sanitários indígenas (Dseis).
Os municípios da Região Nordeste foram contemplados com o maior
número de médicos, com um total de 619 profissionais direcionados a
300 cidades e um Dsei. Em segundo lugar, vem o Sudeste, com 460 dos
médicos para atender a 122 municípios. Em seguida vem a Região Sul,
com 244 médicos em 90 municípios. A Região Norte vai receber 250
médicos em 74 municípios e 17 Dseis; e Centro-Oeste, com 180
médicos em 40 municípios e cinco Dseis.
As vagas estão distribuídas entre Bahia (161), Minas Gerais
(159), São Paulo (141), Ceará (138), Goiás (117), Rio Grande do Sul
(107) e Amazonas (73)
A partir de terça-feira (6) até dia 8, os médicos que se
formaram no exterior e finalizaram o cadastro no programa poderão
selecionar os municípios com vagas não ocupadas por
brasileiros.
No fim da tarde de hoje, o presidente da Associação Brasileira de
Municípios, Eduardo Tadeu Pereira, esteve em reunião com o ministro
da Saúde, Alexandre Padilha. Ele pediu que o governo agilizasse
acordo com outros países, como Espanha, Portugal, Cuba, Argentina e
Uruguai, para a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil.
“Com chamadas individuais o problema não vai ser resolvido”,
defendeu. Em entrevista à Agência Brasil, Pereira avaliou que o
Programa Mais Médicos é emergencial e deve suprir a ausência de
profissionais, mas que a medida necessária é a formação de mais
médicos no Brasil.