O Ministério da Saúde quer ampliar o apoio às mães no período de
amamentação em unidades de saúde, hospitais e bancos de leite.
Nesta quinta-feira (1º), os governos de mais de 170 países promovem
atividades para comemorar a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
No Brasil, foi lançada a Campanha do Aleitamento 2013, com uma
recomendação: Tão importante quanto amamentar seu bebê, é ter
alguém que escute você.
O objetivo é enfatizar aos profissionais de saúde a necessidade de
um atendimento especial às mulheres em período de amamentação. Um
fato que merece atenção é que, por falta de informação, muitas mães
abrem mão do aleitamento, que é a única forma recomendada para
bebês até os seis meses de idade.
Para o coordenador da área de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, a mulher precisa de
apoio para ter sucesso no aleitamento, especialmente em casos nos
quais a mãe está ansiosa, tem dúvidas e dificuldades em relação à
alimentação do bebê. Esse apoio, segundo ele, deve vir tanto do
companheiro, quanto da família e de profissionais de saúde.
"A mulher pode ter ansiedade, dúvida ou dificuldade em relação ao
aleitamento – se [a quantidade] está sendo suficiente para
alimentar seu filho, em casos de rachaduras dos mamilos ou leite
empedrado. Se o apoio à amamentação não acontece no momento
oportuno, a mulher pode desistir. É preciso que o acesso à
informação no âmbito das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS)
não seja burocratizado. É errado exigir que se agende uma consulta
para isso", informou Bonilha.
De acordo com representante do Ministério da Saúde, estima-se que
41% das mulheres amamentem seus bebês até os primeiros seis meses.
"O nosso objetivo é que consigamos avançar nessa área. Temos a
expectativa de que, no ano que vem, quando vamos fazer uma pesquisa
nacional sobre prevalência do aleitamento, possamos ter avançado
ainda mais", disse.
O Brasil tem a maior rede de bancos de leite do mundo, com 210
unidades e 117 postos de coleta. Por ano, são coletados em média
166 mil litros de leite humano que beneficiam, aproximadamente, 170
mil recém-nascidos, segundo dados do Ministério da Saúde. A
expectativa é que, este ano, o governo invista R$ 7 milhões nos
bancos de leite.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e coordenador da rede
brasileira de aleitamento, João Aprijo, pede que as mulheres
busquem apoio de um profissional antes de tomar a decisão de parar
de amamentar seu bebê. De acordo com ele, em 2012, mais de 2,6
milhões de mulheres conseguiram seguir amamentando devido a ações
assistenciais.
"Quando nos falamos de amamentação, sempre lembramos da criança.
Mas é bom lembrar que o verdadeiro protagonista é a mulher. Apesar
de muita gente dizer que [amamentar] é um ato natural, instintivo e
biológico, é mais ou menos. É bom lembrar que a mulher está em um
momento de grande vulnerabilidade, com sentimentos ambíguos e
contraditórios o tempo inteiro. Essa mulher tem dúvidas, e ela tem
todo o direito de ter", explicou Aprijo.