Quase 80% das mulheres terão algum episódio de infecção urinária
na vida, e cerca de 1/3 delas pode desenvolver infecção urinária de
repetição, que é caracterizada quando a paciente teve ao menos dois
episódios nos últimos seis meses ou três infecções durante o ano. O
alerta é do Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo gerenciada em parceria
com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da
Medicina), na capital paulista, que também atende ao público
feminino.
Segundo o urologista Marcelo Pitelli, filhas de mulheres com
infecção urinária de repetição têm mais chance de desenvolver a
doença.
A infecção urinária é mais comum entre mulheres, pois a uretra
do aparelho genital feminino é mais curta e mais próxima do ânus do
que a dos homens, o que possibilita a passagem de bactérias do ânus
para a vagina.
Outros fatores de risco também envolvem alterações da flora
vaginal como gestação, questões hormonais, diabetes, imunodepressão
e fatores genéticos. Além das doenças crônicas, a atividade sexual
intensa pode aumentar as chances de desenvolver infecção
urinária.
Os principais sintomas da infecção urinária são ardência e dor
ao urinar, dor na região mais baixa do abdome, aumento do ritmo
para urinar, sangue e odor fétido na urina. Nas mulheres com
diabetes, os sintomas podem não aparecer.
"É necessário que, ao perceber esses sinais, a mulher procure um
urologista para ter diagnóstico adequado, pois a infecção urinária
de repetição tem tratamento", explica o médico do centro estadual.
O médico ainda reitera que, quando a infecção urinária não é
tratada corretamente, as bactérias podem subir para o rim e gerar
várias complicações como infecção generalizada, que pode levar a
óbito. Cuidados para evitar a infecção urinária em
mulheres:
• Aumentar a ingestão de água todos os dias (pelo
menos 1,5 litro diariamente);
• Ao higienizar a vulva e região perianal, limpar
sempre no sentido da frente para trás com objetivo de evitar que
bactérias passem do ânus para a vagina;
• Cuidar da alimentação para evitar a constipação
(prisão de ventre). A probabilidade de contaminar as fezes com a
urina pode ser maior nesses casos;
• Evitar manter a bexiga cheia e urinar pelo menos
de quatro em quatro horas (exceto durante a noite);
• Higienizar a área genital antes da atividade
sexual. Depois da relação, procurar urinar para expulsar as
bactérias que possivelmente tenham penetrado na uretra e na
bexiga.