De 19 de dezembro de 2012 a 18 março de 2013 foram recebidas
13.348 reclamações de beneficiários de planos de saúde em relação
ao atendimento, segundo o quinto relatório de monitoramento das
operadoras divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) nesta última quarta-feira (24).
O relatório mostra que caíram as reclamações em comparação com o
quarto monitoramento, no período de 19 de setembro a 18 de dezembro
de 2012, quando foram 13.600 queixas de clientes.De acordo com a
ANS, 480 operadoras médico-hospitalares tiveram pelo menos uma
reclamação de não cumprimento dos prazos máximos estabelecidos ou
de negativa de cobertura no último relatório, a mesma situação de
29 operadoras odontológicas.
No monitoramento anterior, foram suspensas 29 operadoras, mas 12
saíram da lista das suspensas no primeiro trimestre de 2013,
segundo a ANS: sete assinaram termo de compromisso e apresentaram
melhoras no monitoramento da garantia de atendimento (Clinipam
Clínica Paranaense de Assistência Médica, Crusam Cruzeiro do Sul,
Plamed Plano de Assistência Médica, Promédica, Unimed Rio, Unimed
São Luis).
E cinco apresentaram melhora no monitoramento (Unimed Centro
Oeste e Tocantins, Sosaúde Assistência Médico-Hospitalar, SMS
Assistência, HBC Saúde e Social Sociedade Assistencial e
Cultural).Destas 12 operadoras, segundo a ANS, cinco não tiveram
reclamação sobre descumprimento dos prazos de atendimento (Clinipam
Clínica Paranaense de Assistência Médica, Esmale, HBC Saúde, Social
Sociedade Assistencial e Cultural e Unimed Centro Oeste e
Tocantins).
São 17 as operadoras que permanecem suspensas, diz a ANS, sendo
que oito já estão em processo de saída do mercado – duas estão em
liquidação extrajudicial (Ideal Saúde e Viver Sistema Integrado de
Saúde) e seis em portabilidade especial (Real Saúde, Recife
Meridional Assistência Médica, Unimed Brasília, Admedico, Italica
Saúde, Unimed Salvador, (estas últimas em liquidação
extrajudicial)Duas estão sob análise da direção técnica e duas sob
direção fiscal e com encaminhamento para a direção técnica.
Quatro apresentaram plano de recuperação e serão analisadas pela
direção técnica. Uma última operadora assinou o termo de
compromisso e não apresentou melhoras. Segundo a ANS, será
encaminhada para a direção técnica.
Monitoramento
As operadoras de planos de saúde vêm sendo monitoradas pela ANS
desde dezembro de 2011, de acordo com a RN 259, que determina
prazos máximos para marcação de consultas, exames e cirurgias. Até
o fim de 2012, a agência divulgou quatro relatórios de
monitoramento, que resultaram em três medidas de suspensão da
comercialização de planos de saúde.
No total, foram suspensas temporariamente a comercialização de
396 planos de 56 operadoras.Destas, 16 foram reincidentes durante
os quatro períodos de monitoramento e indicadas passar pelo regime
especial de direção técnica para correção das anormalidades
administrativas e assistenciais graves.
Outras 11 operadoras foram convocadas para assinar termo de
compromisso com a ANS para melhorar estrutura de rede, marcação de
procedimentos, central de atendimento e gestão das demandas
assistenciais.”As operadoras que se mantêm no limite da suspensão
estão sendo acompanhadas com maior rigor, o que inclui a
possibilidade de acompanhamento presencial para apurar o risco à
continuidade e qualidade da assistência”, afirmou o
diretor-presidente da ANS, André Longo.
O quinto relatório, divulgado nesta quarta, pela primeira vez
inclui os novos critérios para suspensão temporária da
comercialização de planos de saúde: além do descumprimento dos
prazos de atendimento para consultas, exames e cirurgias, passaram
a ser considerados todos os itens relacionados à negativa de
cobertura, como o rol de procedimentos, o período de carência, a
rede de atendimento, o reembolso e o mecanismo de autorização para
os procedimentos.
Devido à ampliação do escopo de avaliação do monitoramento, não
haverá nova suspensão de planos de saúde referente ao período do
relatório. Segundo a ANS, para haver suspensão é preciso que a
operadora tenha dois períodos de monitoramento com os mesmos
critérios. Esse resultado poderá ser avaliado em julho, informou a
ANS.A agência explica que, na avaliação, os planos de saúde recebem
notas de 0 a 4, em que 0 significa que o serviço atendeu às normas
e 4 é a pior avaliação possível.
Os planos com pior avaliação durante dois períodos consecutivos
estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização. Quando
isso ocorre, os clientes que já tinham contratado o serviço
continuam no direito de usá-lo, mas a operadora não pode aceitar
novos beneficiários nestes planos.