O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira,
o substitutivo de um Projeto de Lei que obriga as operadoras de
planos de saúde a disponibilizarem bolsas de coleta de fezes e
urina após a realização de cirurgias do intestino e da bexiga.
O PL 7.177/02 foi criado pela deputada federal Jandira Feghali
(PCdoB-RJ) há 10 anos e passou pela aprovação do Senado com algumas
alterações, por isso é chamado de “substitutivo”. A proposta
inicial previa apenas o fornecimento de bolsas de colostomia,
utilizadas nos procedimentos cirúrgicos do cólon. Os senadores, no
entanto, decidiram ampliar a abrangência a outros materiais, como
bolsas de ileostomia, sonda vesical de demora e coletores de urina
para uso hospitalar, ambulatorial e domiciliar.
As bolsas de ileostomia são necessárias nos casos de operação do
íleo, uma parte do intestino delgado que atua na digestão química.
A sonda vesical de demora é recorrente quando o paciente não
consegue urinar espontaneamente ou sofre de incontinência
urinária.
- As bolsas de colostomia são as mesmas utilizadas nas cirurgias
de urostomia e de ileostomia. Esses equipamentos atualmente são
fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas os
clientes dos planos precisam pagar. É um material que não é barato
e nem todos os pacientes têm a condição de manter seu custo - disse
a deputada Jandira Feghali, em entrevista ao SRZD no início da
noite.
Ainda segundo Jandira, o projeto foi aprovado por unanimidade
pelas bancadas estaduais.- Fiquei feliz com a ampliação do texto e
agora é só rezar para que a presidente Dilma aprove -
completou.
O texto proíbe ainda a limitação de prazo para fornecimento dos
materiais e da quantidade dos produtos a serem concedidos. Para ser
sancionado, o PL precisa da assinatura da presidente da República,
Dilma Rousseff.
Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), responsável pela regulamentação dos planos de
saúde no Brasil, preferiu aguardar a sanção presidencial para se
pronunciar sobre o assunto. A Federação Nacional de Saúde
Suplementar (FenaSaúde), responsável por 15 grupos empresariais do
setor no país, comprometeu-se em emitir um posicionamento até esta
quinta-feira.
Ao fazer uma pesquisa de preços na internet, é possível
encontrar bolsas de colostomia a preços variados. As descartáveis,
que podem ser adquiridas na farmácia, custam, em média, cerca de R$
13 a R$ 20 e precisam ser trocadas a cada dois ou três dias.
Algumas mais sofisticadas podem custar entre R$ 100 e R$ 500 e
contam com proteção contra vazamento e odor.
A colostomia (abertura do abdome e exteriorização do intestino
para possibilitar a drenagem fecal) precisa ser feita quando a
parte inferior do intestino grosso, o reto ou o ânus necessitam
repousar devido a alguma patologia ou porque estão impedidos de
funcionar normalmente.
Algumas pessoas permanecem com a colostomia temporariamente e
outras definitivamente, dependendo de cada doença.