É corriqueiro para o consumidor que
vai comprar um eletrodoméstico, por exemplo, que seja oferecido
o seguro de garantia estendida. Esse tipo de serviço ofertado
(chamado apenas de garantia estendida, popularmente), é um exemplo
de seguro incorporado. Isso porque o seguro incorporado é um
serviço que agrega coberturas ou proteções no âmbito da compra de
um produto ou de um próprio serviço, oferecido em tempo real ou no
ponto de venda.
Diferente de Cross
Selling
É importante não confundir com
cross selling ou venda cruzada. Apesar de os conceitos serem
parecidos, o cross selling é uma técnica de vendas muito conhecida
por corretores de seguros que envolve a venda de um produto ou
serviço adicional a um cliente existente. Por exemplo, no caso de
uma empresa que vende programas de computador, ao oferecer no ato
de compra do seu produto, um treinamento para profissionais sobre
como utilizar a ferramenta, ela estaria utilizando uma estratégia
de cross sell. Assim, o conceito de venda cruzada é amplo e se
estende a vários segmentos; já o de seguro incorporado, refere-se
exclusivamente à venda de proteção ou extensão de uma proteção
securitária.
Aplicabilidade em Ramos
elementares já faz sucesso
É comum para os clientes terem a
opção de adquirir um seguro para um dispositivo móvel ao comprar um
telefone celular ou uma apólice de seguro de colisão ao alugar um
veículo. Isso demonstra que as seguradoras de ramos elementares têm
aplicado com sucesso o conceito de seguro incorporado em seus
canais de distribuição há bastante tempo.
Seguro de Vida e Saúde ainda
tem pouca penetração
O cenário para o seguro de vida e
saúde é bem diferente. Nessas modalidades, o seguro
incorporado ainda não atingiu esse nível de penetração. Porém, isso
é uma questão de tempo, já que as operadoras estão cada vez mais
descobrindo novas oportunidades de seguro incorporado para atingir
novos públicos.
Aumento significativo na
demanda por opções de seguro integrado
De acordo com um relatório da InsTech, o mercado de seguros
incorporado deverá crescer para 722 milhões de dólares até 2030 –
mais de seis vezes o seu tamanho atual. Este crescimento será em
grande parte impulsionado pela China e pela América do Norte, que
juntas representarão mais de dois terços do mercado global até
2030.
Atender os consumidores onde
eles estão
Sentado num sofá reclinável em
frente à TV, controle remoto na mão, internet de fibra ótica de
centenas de Megabytes, serviços variados de streaming à disposição,
cortina blackout na janela, aplicativo de delivery de refeição no
celular, smart TV, home theater com caixas de som espalhadas em
lugares estratégicos da sala ou um fone de ouvido com bluetooth
para uma maior imersão no entretenimento: esse é o cenário no qual
muitos indivíduos estão (ou gostariam de estar) inseridos nos seus
momentos de descanso e lazer. Com a imagem mental criada pelo
cenário descrito, já é possível inferir uma coisa em comum na
maioria dos consumidores: eles prezam pela conveniência da
utilização dos serviços.
Assim, não é diferente no setor de
seguros. Os clientes são mais atraídos por seguros e garantias
oferecidos com contexto e conveniência pelas seguradoras. Por isso,
as parcerias são parte integrante das soluções de seguros
incorporadas. Ao fazer parceria com plataformas e serviços
existentes que os consumidores já usam e com os quais se envolvem,
as seguradoras podem atender os consumidores onde eles estão e
fornecer cobertura dentro de um canal que eles já se sintam à
vontade para usar. Isso não apenas expande a base de clientes em
potencial para as seguradoras, mas também enriquece a oferta de
valor da plataforma e torna o seguro mais acessível e, em última
análise, ajuda a preencher a lacuna de proteção.
Potencial para criar um
mercado milionário
Yuri Poletto, fundador do
Observatório de Seguros Abertos e Incorporados,
afirmou, durante um encontro dedicado ao futuro do seguro
incorporado no setor, que a comercialização deste
tipo de produto “tem potencial para criar um novo mercado de até
500 mil milhões de dólares em 10 anos”.
Custo menor que a aquisição
de novos negócios
O especialista afirmou que os
ganhos em relação aos custos também são grandiosos, já que, segundo
ele: “O custo de aquisição de novos clientes por meio de uma
parceria para a incorporação é 80% mais baixo do que o custo
tradicional de aquisição de novos negócios”.
O futuro do seguro
incorporado
Poletto afirmou que “até 20% do
negócio atual de seguros migrará para a distribuição incorporada
nos próximos 10 anos”. A afirmação sugere ao mercado segurador
brasileiro que ele precisa investir no desenvolvimento de soluções
inovadoras e parcerias para oferecer seguros incorporados em larga
escala e com diversidade de produtos, já que há a necessidade cada
vez maior dos clientes de consumirem produtos e serviços que
estejam “ao alcance de suas mãos”, ou seja, fáceis de comprar, de
pagar e de utilizar. Assim, para os players que souberem aproveitar
a demanda por este tipo de produto, o retorno será
recompensador.