Em um vídeo gravado por um filho de
uma paciente que morreu de câncer, mostra uma assistente social
informando que o médico Antônio Gomes Teles (Clique
aqui para ver o vídeo)
cobrou R$ 400 para preencher um
formulário do seguro de vida, em Goiânia (GO). De acordo com
informações do G1 Goiás, na filmagem aparece a mulher recebendo o
dinheiro e relatando que tentou falar com médico para não fazer a
cobrança. O profissional foi indiciado pela Polícia Civil por
corrupção.
Segundo ainda o G1 GO, o filho da
mulher foi até o Hospital Araújo Jorge para pedir o preenchimento
de um laudo para que pudesse entregar à seguradora de vida e
receber a indenização. Porém, o preenchimento deveria ser feito
gratuitamente e apenas por um médico perito. O profissional no
entanto contou que é médico assistente e não poderia fazer o
registro.
Na gravação do vídeo, é possível
ouvir o filho perguntando para a assistente social:
Filho: “É R$ 400, né?”
Assistente: “É R$ 400, e eu briguei
com ele […]. Eu, como assistente social, já briguei demais, sabe,
para não ter cobrança, mas não tem jeito”.
No depoimento à polícia, a
assistente social disse que outros médicos também cobravam a taxa e
que a prática era corriqueira. Ela contou que na época, não
sabia que o pagamento dos valores era algo irregular. A
profissional não foi indiciada pela polícia.
Para a polícia, o médico confirmou
que fazia a cobrança em alguns casos e em outros não, dependendo se
os parentes do paciente questionavam e reclamavam muito. Ele disse
ainda que não conhecia a resolução do Conselho Federal de Medicina
(CFM) que proibia que médicos assistentes assinassem os laudos.
Sobre a cobrança dos R$ 400 do
filho da mulher, o médico justificou que o preenchimento seria
feito para um familiar da paciente, o que não se enquadraria como
um serviço prestado dentro do Sistema Único de Saúde.
Antônio Gomes Teles foi indiciado
por corrupção passiva. “Constatamos que o médico atende pelo SUS no
Hospital Araújo Jorge e, em razão disso, não poderia solicitar
nenhuma vantagem. Isso configuraria o crime de corrupção passiva”,
disse o delegado.