O novo comando da Susep se propõe a dar
segurança jurídica e condições para o setor crescer Durante os
primeiros anos do atual governo, o setor de seguros pagou seus
pecados nas mãos da superintendente nomeada para a Superintendência
de Seguros Privados (Susep). Além de não entender de seguros e de
não conhecer o setor, ela era arrogante, prepotente e estava
disposta a encantar o ministro da Economia com ações radicais, a
maioria prejudicial à sociedade e ao setor, como foi a intervenção
no DPVAT, o seguro obrigatório de veículos. O resultado é que a
sociedade perdeu o único arrimo para as vítimas de acidentes de
trânsito, a maioria pessoas pobres; o SUS perdeu perto de R$ 3
bilhões por ano, como se a saúde pública nadasse em dinheiro; e o
setor de seguros foi acusado de estar se apropriando de recursos
públicos, quando, de verdade, o seguro obrigatório era privado, mas
integralmente regulamentado pela Susep. Depois disso, vieram outras
ações que não acrescentaram nada ao mercado, até que, no final do
ano passado, ela foi demitida e o governo nomeou um novo
superintendente. Agora, um nome com mais de trinta anos de mercado,
como securitário e corretor de seguros, competente, correto,
transparente e disposto a apaziguar e reorganizar o setor. A
chegada de Alexandre Camillo na Susep, em novembro de 2021, foi
comemorada por todos os interessados na atividade. Em princípio,
era o nome certo, na hora certa e para o lugar certo. Passados
cinco meses da sua posse, ninguém mais tem dúvida do acerto de sua
indicação. E para quem não sabia exatamente o que estava
acontecendo, no dia 18 de abril ele e seus quatro diretores, numa
ação pouco usual na administração pública brasileira, vieram a São
Paulo participar de um encontro promovido pelos sindicatos dos
corretores de seguros e das seguradoras do Estado para apresentar
suas realizações e seus planos para o futuro. Inicialmente, Camillo
introduziu seus quatro diretores, explicando quais as áreas que
cada um deles assumiu na Susep. Depois, deu a palavra aos quatro,
para finalizar com uma palestra lúcida, clara e objetiva,
analisando os desafios do seguro no mundo e expondo os principais
pontos fortes e fracos do setor no Brasil. Ele encerrou elencando o
que a Susep fez nesses cinco meses e quais são os próximos passos
da autarquia. Com coragem, ele abordou os temas do momento,
inclusive o open insurance, deixando claras as dificuldades
envolvidas e as posições que irá adotar. Mas o principal de sua
fala foi a reiteração do que disse na sua posse. Sua missão
precípua é dar paz e estabilidade para a atividade, restabelecendo
o diálogo entre os todos players direta e indiretamente envolvidos,
tanto do lado do governo como da iniciativa privada. Se Alexandre
Camillo apenas reabrisse os canais de comunicação, já teria feito
muito, mas ele quer mais. Quer reorganizar relações que foram
distorcidas, dar segurança jurídica e criar condições para o
desenvolvimento de um segmento fundamental para a proteção do
patrimônio nacional. É nosso dever auxiliá-lo.
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