A
Susep abriu, nesta quinta-feira, 30, a consulta pública para
credenciar o funcionamento das sociedades iniciadoras de serviço de
seguro (SISS) no âmbito do Sistema de Seguros Aberto (Open
Insurance). As sugestões poderão ser enviadas até 30 de outubro
para o email [email protected].
Esse é um tema que tem levantado dúvidas e discussões no mercado já
que para muitas pessoas, inclusive dos principais executivos do
mercado, o Corretor de Seguros já pratica o open insurance e
justamente o corretor está de fora do processo.
A
autarquia tem feito muitas consultas públicas, inclusive que
contribuíram para o início da flexibilização e agora abre essa
consulta para um ente que já recebeu críticas de lideranças e
executivos do setor porque o mercado de seguros ainda não entendeu
o que é, o que faz e para que serve. O fundador do CQCS, Gustavo
Doria Filho, fez um programa “Pare e Pense”, em agosto,
questionando por que o corretor de seguros ficou de fora do open
insurance.
O
consultor Sérgio Ricardo durante participação no workshop sobre
“Impacto dos Novos Normativos – CNSP e SUSEP – no dia a dia dos
Corretores de Seguros” que aconteceu em agosto criticou a criação
da figura da Sociedade Iniciadora de Serviços de Seguro (SISS). “Na
prática, o SISS não poderá ser uma Corretora de Seguros. Mas,
poderá ser qualquer outra coisa. Os Corretores de Seguros estão
excluídos do Open Insurance, assim como as Corretoras de Valores
também estão fora do Open Banking”, salientou.
Outro executivo que já criticou o tema foi o CEO da Zurich, Edson
Franco, durante o Fórum de Oportunidades, organizado pelo
Sincor-SP. “Há uma comparação com o que é feito no setor bancário,
mas vale a pena lembrar que o segmento bancário não tem
intermediário, mas o seguro sim. Nós já promovemos o Open
Insurance, principalmente no Varejo. Essa concorrência que tanto se
fala já existe entre as seguradoras. Queremos criar um novo
ambiente, do ponto de vista mais tecnológico, mas não precisamos
criar novos agentes de intermediação nesse processo”, ponderou
Em
participação no programa Direto & Reto com Alexandre Camillo da TV
Sincor-SP, o presidente da Porto Seguro, Roberto Santos, disse que
o open insurance pode ser considerado uma das maiores ameaças para
a relação seguradora, corretor e consumidor. Sobre o SISS, ele
ainda alertou que o mercado deve ficar atento porque a entidade
fará o serviço de agregação de dados, painéis de informação e
controle. “O mercado segurador tem uma legislação específica e
pretende-se criar uma nova figura com o open insurance. Todas as
seguradoras mandam informação para a associação e se o segurado
autorizar, a seguradora pode ir lá, pegar a informação de qualquer
seguro. Mas hoje já existe a central de bônus na renovação para ver
se o segurado teve sinistro ou não. Nosso mercado está bastante
adiantado neste sentido. Temos ali a figura do corretor fazendo
este papel. Como fica o papel do corretor?”, questionou na
ocasião.
De
acordo com a minuta, as SISS serão participantes de forma
obrigatória no Open Insurance, credenciadas pela Susep e
constituídas sob a forma de sociedade anônima.
As
SISS deverão ter, como objeto social exclusivo, a prestação de
serviço de iniciação de movimentação no Open Insurance; ou ser uma
instituição iniciadora de transação de pagamento devidamente
autorizada, nos termos da regulamentação do Open Banking.
O
serviço de iniciação de movimentação será destinado à experiência
do cliente, por ele ordenado, incluindo iniciação de procedimentos
relacionados à contratação de seguro, de plano de previdência
complementar aberta ou de título de capitalização, endosso, resgate
ou portabilidade de plano de previdência ou de capitalização,
pagamento de sorteio, aviso de sinistro, entre outros.