Medida foi causada por descumprimento de prazos de
atendimento.Proibição entra em vigor na sexta-feira (13),diz
diretor da ANS.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar suspendeu nesta
terça-feira (10) o direito de comercialização de 268 planos de
saúde, administrados por 37 operadoras, por descumprimento de
prazos estabelecidos pela agência para atendimento médico,
realização de exames e internações. O diretor-presidente da
(ANS), Mauricio Ceschin, informou
que a suspensão vale a partir da sexta-feira (13), para que os
planos possam comunicar a decisão da agência a seus departamentos
comerciais.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que essas
operadoras de saúde, se quiserem continuar vendendo esses produtos,
têm que tratar bem os usuários. As 37 operadoras administram mais
de mil planos, explicou Padilha. Os 268 que tiveram novas vendas
proibidas tiveram reclamações reiteradas. Entre eles, há planos
privados e corporativos. A cada três meses a ANS avaliará os planos
de saúde, podendo revogar a suspensão, explicou Ceschin.
Se em três meses o número de reclamações diminuir, a agência
será comunicar que a suspensão foi revogada e pode voltar
comercializar o produto. Se continuarem as reclamações, a suspensão
é mantida, explicou o diretor da ANS.
Na semana passada, a ANS havia informado que estudava suspender
a comercialização de planos de saúde de 40 operadoras.
"A suspensão da venda de novos planos é uma atitude pedagógica
para essas operadoras e esses planos de saúde, que tiveram seis
meses para se adequar às normas, desde sua implantação", disse
Padilha. Segundo disse, proibir venda de novos planos permitirá à
operadora reorganizar a rede e melhorar seu produto.
Multa e consumidores
Segundo a Ceschin, os planos de saúde afetados poderão ser multados
em R$ 250 mil caso insistam em ter novos beneficiários.
Esses planos que tiveram as vendas suspensas reúnem 3,5 milhões
de beneficiários que não terão qualquer prejuízo, segundo o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha. No país, 50 milhões de
pessoas são associadas a algum plano de saúde ou odontológico,
disse Padilha.
Segundo Padilha, a partir das denúncias de demora no
atendimento, criou-se uma resolução específica determinando prazos
para todos os tipos de procedimento.
“Criamos uma forma de monitorar se isso é cumprido através do
número de denúncias. Se em dois monitoramentos (um a cada três
meses) houver piora no atendimento, o plano fica impedido de
comercializar. Isso é uma proteção ao beneficiário. Se o plano
aumentar o número de pessoas associadas não vai conseguir atender
bem, uma vez que já está atendendo mal aos seus antigos
beneficiários. Ele não pode atender a novas pessoas enquanto não
atender no prazo os seus beneficiários tradicionais”, explicou.
“Além das denúncias no site, tem a atualização dos beneficiários
dos planos de saúde junto à ANS. Os dados são cruzados e podemos
identificar se os planos com vendas suspensas têm novos
beneficiários”, disse Ceschin.
Mais de 100 empresas com reclamações
Ao todo, 105 empresas tiveram reclamações pelo segundo trimestre
consecutivo.
Os casos denunciados pelos usuários à ANS são de desrespeito à
Resolução Normativa nº 259. A medida estabelece o tempo máximo
permitido entre o pedido de um procedimento, como consultas, exames
e cirurgias, e seu atendimento. Os prazos variam de acordo com o
tipo de solicitação.
Das cerca de mil operadoras de plano de saúde, 162 tiveram
reclamações de usuários sobre o descumprimento dos prazos no
segundo trimestre de 2012. Os atrasos foram registrados entre os
dias 19/03 e 18/06. No primeiro trimestre, a porcentagem foi de
19%.
Segundo a ANS, as operadoras de planos de saúde que não cumprem
os prazos definidos pela agência estão sujeitas a multas de R$ 80
mil a R$ 100 mil, para situações de urgência e emergência. E, em
casos de descumprimentos constantes, podem sofrer medidas
administrativas.
Por isso, o consumidor deve prestar atenção. Após tentar agendar
o atendimento com os profissionais ou estabelecimentos de saúde
credenciados e não obter sucesso dentro do prazo máximo previsto,
deve entrar em contato com a operadora para uma alternativa. Nesse
contato, a pessoa deve anotar o número de protocolo, que servirá
como comprovante da solicitação.
Se a operadora não oferecer solução, o consumidor deverá, tendo
em mãos o número do protocolo, fazer a denúncia à ANS por meio de
um dos canais de atendimento: Disque ANS (0800 701 9656), Central
de Relacionamento no site da agência ou ainda, presencialmente, em
um dos 12 núcleos da ANS nas principais capitais brasileiras.
Veja a lista das operadoras que tiveram vendas de planos
suspensas:
Admedico Administração de Serviços Médicos A Empresa Ltda
Administração Brasileira de Assistência Médica
ASL- Assistência à Saúde
Assistência Médico Hospitalar São Lucas
Beneplan Plano de Saúde LTDA
Casa de Saúde São Bernardo SA
Centro Clínico Gaúcho LDTA
Centro Trasmontano de São Paulo
Excelsior Med
Fundação Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Fundação Waldemar Barnsley Pessoa
Green Line Sistema de Saúde
Grupo Hospitalar do Rio de Janeiro LTDA
HBC Saúde S/C LTDA
Memorial Saúde LTDA
Nossa Saúde – Operadora Planos Privados de Assistência à Saúde
LTDA
Operadora Ideal Saúde LTDA
Porto Alegre Clínicas S/S LTDA
Prevent Senior Operadora de Saúde LTDA
Real Saúde LTDA EPP
Recife Meridional Assistência Médica LTDA
Samp Espírito Santo Assistência Médica LTDA
São Francisco Assistência Médica LTDA
São Francisco Sistemas de Saúde Sociedade Empresária LTDA
Saúde Medicol SA
Seisa Serviços Integrados de Saúde LTDA
SMS – Assistência Médica LTDA
Social – Sociedade Assistencial e Cultural
SOSaúde Assistência Médico Hospitalar
Unimed Brasília Cooperativa de Trabalho Médico
Unimed Federação Interfederativa das Cooperativas Médicas do
Centro-Oeste e Tocantins
Unimed Guararapes Cooperativa de Trabalho Médico
Unimed Maceió Cooperativa de Trabalho Médico
Unimed Paulistana Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico.
Universal Saúde Assistência Médica SA
Vida Saudável S/C LTDA
Viva Planos de Saúde LTDA