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Susep deverá publicar ainda em dezembro novas regras para os
seguros de danos (massificados e de grandes riscos), com início de
vigência em janeiro de 2021. Como a autarquia já antecipou, a
principal novidade será o fim da padronização dos produtos, o que
deverá assegurar maior liberdade para o desenvolvimento e oferta de
novos produtos e serviços para os consumidores brasileiros.
Especialistas acreditam que as mudanças também afetarão os
corretores de seguros, que precisarão se adaptar rapidamente à nova
realidade. “Não basta ser habilitado e sob os padrões atualmente
conhecidos e mínimos. O novo cenário requer aperfeiçoamento técnico
e conhecimento com excelência. O tempo é outro. O corretor de
seguros precisa se reinventar”, alerta o consultor Walter Polido,
diretor Jurídico da Associação Brasileira de Gerência de Riscos
(ABGR) e sócio da Conhecer Seguros, em comunicado enviado para a
imprensa.
Segundo ele, quem não estiver aberto para as exigências, se
aperfeiçoando, encontrará dificuldades para atuar, além da
concorrência que já existe e se avoluma cada dia mais, representada
pelos aplicativos insurtechs. .
Polido acrescenta que, assim como ocorre para as seguradoras, a
mudança de relacionamento e exigências para o corretor de seguros
“é mandatória”. Dessa forma, não há como permanecer os mesmos
padrões de atendimentos após a publicação das novas regras. “Os
produtos serão diversificados e muito. Os modelos e as formas de
contratar seguros serão outras. Caberá ao corretor de seguros
antecipar, com base nas necessidades individualizadas dos clientes,
as possíveis estruturas de seguros cabíveis, uma vez que uma mesma
apólice poderá suportar diferentes coberturas, as quais hoje são
representadas por várias apólices simultaneamente”, observa.
O
consultor diz ainda que o preço, obtido através de cotações, deixa
de ser o fator mais importante e praticamente único. Ele ressalva,
contudo, acreditar que os corretores estejam aptos para o novo
momento, mas desde que “se adaptem efetivamente e adquiram
conhecimento de base, profundamente”.
Polido demonstra otimismo quanto aos efeitos das novas regras para
os segurados. Na visão dele, a expectativa é grande, principalmente
entre aqueles que desejam “ver o Brasil no patamar dos mercados de
seguros desenvolvidos”.
Para
ele, o modelo atual se esgotou e os produtos de seguros nacionais,
atualmente comercializados, estão longe do padrão de excelência,
gerando “toda a sorte de conflitos”, inclusive na esfera judicial e
prejudicando os consumidores. “A liberação anunciada pela Susep é
bem-vinda e modificará e muito o cenário atualmente conhecido, o
qual é notório: supremacia dos produtos de seguros padronizados,
com diferença apenas no preço”, acentua, acrescentando que os
consumidores terão “muitas vantagens” com produtos que aglutinam
vários tipos de coberturas em uma única apólice.