O
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu ganho de causa à
seguradora Chubb, por três votos a zero, nesta quarta-feira (25 de
novembro), ao julgar, em segunda instância, a ação movida pela
Anglo American referente a um desmoronamento de uma parte do Porto
de Santana, no Amapá, há sete anos.
A
ação já havia sido julgada improcedente em primeira
instância.
O valor inicialmente pretendido de
indenização somava R$ 360 milhões, mas poderia chegar a R$ 1 bilhão
(a preços corrigidos). “O desembargador Fernando Fernandy
Fernandes, em seu voto, confirmou 100% a sentença bem como todas as
teses que defendemos”, afirmou um dos advogados da seguradora,
Fábio Torres.
Segundo ele, o novo julgamento “foi excelente”, pois os
desembargadores acolheram todos os argumentos da defesa.
Torres acrescentou que os desembargadores consideraram a cláusula
de exclusão por deslizamento aplicável e falaram claramente que a
cláusula já fazia parte das apólices consecutivamente renovadas.
“Os desembargadores confirmaram a negligência grave e o agravamento
intencional de risco, com objetivo de auferir mais lucros, e ainda
reafirmaram que houve violação de normas técnicas, sendo mais uma
exclusão da apólice aplicável ao caso”, salientou o advogado, que
trabalhou em conjunto com Sérgio Bermudes Advogados.
Como
o CQCS noticiou, esse risco estava coberto pela Chubb, que negou a
indenização, argumentando ter havido negligência da mineradora na
armazenagem do minério.
A
mineradora perdeu a ação há dois anos, quando o Tribunal acolheu os
argumentos da seguradora.
ACIDENTE.
O
sinistro ocorreu em março de 2013, quando o solo sob o porto se
rachou e escoou para o leito do rio Amazonas, causando
prejuízos.
Na
época, a Itaú Seguros entrou com uma ação declaratória negativa,
pedindo que a Justiça respaldasse sua decisão de não pagar
indenização, enquanto a Anglo iniciou processo exigindo o
pagamento.
No
ano seguinte, a Itaú vendeu sua carteira de grandes riscos à
seguradora Ace (hoje Chubb), que deu continuidade à disputa
judicial.
O
Porto de Santana data dos anos 1950 e fora vendido à Anglo American
em 2008 pela MMX, do ex-magnata Eike Batista.