A liminar concedida pela
juíza Andrea de Araújo Peixoto, da 10ª Vara Federal do Rio de
Janeiro, a mandado de segurança coletivo impetrado pela Fenacor
contra a Susep, suspendendo de dispositivos da Resolução 382/20 do
CNSP, foi O principal tema do “Fórum com a Imprensa Especializada”,
realizado nesta quinta-feira (02 de julho) pelo Sincor-SP. A
decisão suspendeu a obrigatoriedade de o corretor informar ao
cliente o valor da sua comissão, antes de assinatura do contrato; e
a criação da figura do “cliente oculto”.
Na conversa com os
jornalistas, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, afirmou que
a liminar foi concedida porque a juíza acatou o argumento da
federação de que “ninguém é obrigado a fazer nada senão em função
da lei”, percebendo ainda que “o risco e dano eram
iminentes”.
Ele lembrou que a Fenacor
procurou convencer a Susep por diversas vezes sobre a inadequação
da Resolução 382/20. “Primeiro, insistimos para a norma não ser
publicada. Depois, para que fosse revogada. E, mais recentemente,
embora não concordando com os dispositivos da norma, sugerimos que
o adiamento da vigência até o fim da pandemia. Mostramos as
impropriedades, riscos e prejuízos. Mas, nada adiantou”,
lamentou.
Vergilio acentuou ainda que
mostrar a comissão do corretor não trará mais transparência ao
mercado nem reduzirá o preço do seguro, “até porque quem faz
precifica são as seguradoras”.
Na avaliação do presidente da
Fenacor, o efeito pode ser exatamente o contrário, encarecendo o
seguro e criando uma série de conflitos envolvendo consumidores,
corretores e seguradores.
Armando Vergilio disse ainda
que a Fenacor está “colhendo subsídios” para provar que “grupos
poderosos” estão agindo para alijar os corretores da distribuição
de seguros. Segundo ele, é preciso descobrir “a quem interessa
acabar com mercado eficiente, eficaz, capilar e barato, integrado
por quase 100 mil corretores de seguros que atuam em mais de quatro
mil municípios, respondendo por 87% da produção do
mercado”.
Para o presidente da Fenacor,
a resposta pode estar no fato de grupos econômicos poderosos
precisarem ocupar espaços no Brasil utilizando formas diferentes de
distribuição. “Eles não têm input com os corretores de seguros”,
acrescentou.
CAMPANHA.
O programa contou também com
a participação do presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, que
falou sobre a nova campanha dos corretores pró-consumidor,
relacionada à diminuição da exposição dos riscos neste momento de
pandemia. Ele pediu sugestões aos jornalistas e adiantou que essa
será uma campanha institucional dos corretores para a sociedade. “A
campanha exige material rico, inteligente e assertivo, recursos e
mobilização. No meio eletrônico podemos construir um material muito
bom, não tão dispendioso, além de alcance enorme pelas redes
sociais, sem investimento alto”, explicou Alexandre
Camillo.