Desde o último domingo (1), mais 69 procedimentos foram
incluídos na lista de consultas, exames, cirurgias e tratamentos
com medicamentos especiais de planos de saúde, por isso, de acordo
com o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o
consumidor deve exigir o atendimento desses novos
procedimentos.
Caso o atendimento seja negado, segundo a advogada do Idec,
Joana Cruz, o usuário deve, em primeiro lugar, procurar o plano de
saúde. Se o problema persistir, ela aconselha que o consumidor
denuncie a empresa na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar),
pois a operadora poderá ser multada em R$ 80 mil por descumprimento
ao rol.
Segundo Joana, os planos deveriam ter uma cobertura mais
ampliada, estendendo o atendimento a transplante de fígado e
pulmão, por exemplo. “Os planos deveriam atender muito mais. Se
não cumprir, tem que entrar na justiça”, comenta.
Procedimentos
De acordo com a Agência Brasil, entre os novos serviços que
devem ser oferecidos pelos planos de saúde está a cirurgia de
redução de estômago por vídeo, que é menos invasiva que a
convencional.
Segundo a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica), a inclusão da técnica atende a uma antiga demanda dos
pacientes e profissionais.
Outro tratamento que passa a fazer parte do novo rol é o de
artrite reumatóide com remédios especiais, indicado para pacientes
que não responderam ao tratamento convencional. Para a coordenadora
Institucional da Anapar (Associação Nacional de Grupos de Pacientes
Reunáticos), Lauda Santos, a cobertura para este tipo de tratamento
é importante, porém, lamenta que no SUS (Sistema Único de Saúde)
este tratamento ainda não esteja disponível. “Somente uma
pequena parcela vai ter acesso”, completa, acrescentando que
há uma luta pela inclusão dos remédios na rede pública desde 2006.
O custo do tratamento especial varia de R$ 8 mil a R$ 20 mil por
mês.
Em agosto de 2011, quando a ANS divulgou a lista, a Abramge
(Associação Brasileira de Medicina de Grupo) informou que o alto
custo dos novos serviços pode levar empresas do setor à falência. A
FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) disse que as
operadoras filiadas irão cumprir a legislação rigorosamente.
A princípio não haverá reajuste das mensalidades por causa dos
novos procedimentos, porém, durante este ano, a ANS vai monitorar
as operadoras para detectar possíveis reflexos financeiros. Caso
isso ocorra, o custo adicional será incluído no reajuste das
mensalidades a partir de 2013.