Um em cada quatro pacientes com câncer operados no Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) tinham menos de 50 anos, de acordo com levantamento do Icesp com 12,8 mil pacientes atendidos na unidade entre dezembro de 2008 e maio deste ano. Segundo a direção do Icesp, a pesquisa mostra que o câncer não atinge somente os “pacientes mais velhos”.
”Um quarto das pessoas tratadas no nosso hospital [25% dos casos] tem menos de 50 anos. A mensagem é que se as pessoas mais jovens não se cuidarem podem descobrir o câncer numa fase de plena atividade social e profissional. Então, a prevenção é recomendada”, disse o médico Marcos Dall’oglio, coordenador de Uro-oncologia do Icesp.
O ideal, segundo o médico, é que as pessoas façam o diagnóstico cedo, já que a chance de cura é sempre maior quando se descobre o tumor no início. “O câncer só dá sintoma quando está mais avançado. Em fase precoce, ele não apresenta nenhum sintoma. O que se recomenda é que a pessoa tome a atitude de ir ao médico, independente do sexo, como mecanismo preventivo”, alerta o médico. O ideal, segundo Marcos Dall’oglio é que a ida ao médico ocorra sempre a cada um ou dois anos.
A prevenção, segundo Dall’oglio, se dá também por meio de uma dieta equilibrada, com pouca gordura animal, prática de atividades físicas e também se evitando o cigarro. “O cigarro não dá só câncer de boca, de pulmão ou de faringe. Dá também de bexiga e de rim”.
“A vida de uma pessoa com câncer pode ser abreviada em mais ou menos dez ou 20 anos. Esse seria motivo suficiente para nós nos cuidarmos”.
O levantamento feito pelo hospital constatou que entre os pacientes mais jovens, de até 50 anos, os tipos de câncer mais comuns são os de tireóide, de útero e de mama (entre as mulheres) e de testículo, de intestino e de próstata (entre os homens). Nos mais velhos, o câncer mais comum é o de próstata, na bexiga, na cabeça, no pescoço e no pulmão.
Das operações realizadas no período pesquisado pelo Icesp, 28% foram no aparelho urinário. Em seguida aparecem cirurgias na cabeça e no pescoço (11%), no aparelho digestivo e ginecológico (ambos com 8,5%), a mastologia (7%), a torácica (5%) e a ortopédica (2%).
A maior parte dos pacientes oncológicos atendidos pelo Icesp eram mulheres (51,5%).