Frente ao mesmo mês em 2015, número de
beneficiários recua cerca de 1,4 milhão, diz ANS A Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) disponibilizou nesta segunda-feira o
número de beneficiários de planos de saúde registrados em dezembro
de 2016. No mês, o setor contabilizou 47,89 milhões beneficiários
em planos médico-hospitalares, e 22,03 milhões em planos
odontológicos.
Na comparação com dezembro de 2015, o
número de segurados em planos de saúde médica caiu 2,8% (cerca de
1,4 milhão). Já em planos odontológicos, houve alta de 3,8%, ou
815,3 beneficiários a mais. Com relação a novembro, o número se
manteve praticamente estável, com uma queda de cinco mil segurados
em dezembro. Já os planos odontológicos registraram alta, com 79,1
mil beneficiários a mais.
Segundo a ANS, 16 estados tiveram
aumento em número de beneficiários na comparação com o mês
anterior: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal,
Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
— Em dezembro de 2015, o país contava
com 49.265.921 usuários de planos de saúde e, ao fim de 2016, esse
número caiu para 47.898.787, o que representa uma queda de mais de
um milhão e trezentos mil beneficiários – reforça o advogado
Rodrigo Araújo, especialista em Direito à Saúde, para quem a
principal causa dessa diminuição é a crise econômica do país, que
motivou um grande número de demissões:
— Junto com o emprego, o trabalhador
também perdeu os benefícios, entre eles o plano de saúde. Vale
lembrar que aproximadamente 67% do mercado de saúde suplementar é
composto por contratos empresariais, que são aqueles oferecidos
pelas empresas para seus sócios e empregados. Além disso, os altos
índices de reajustes dos planos de saúde também contribuíram para
esse resultado. Araújo lembra que, para recuperar a perda de
faturamento, as operadoras aplicaram reajustes muito elevados e,
para manter o serviço, o beneficiário precisa comprometer uma
parcela maior de seu rendimento, o que tem tornado o produto
inviável para muitos consumidores. Outro problema importante é a
falta de opções de contratação de produtos do seguimento
individual, que são aqueles oferecidos diretamente para pessoas
físicas.
— Uma pessoa idosa, que não seja sócia
ou empregada de uma empresa que ofereça plano de saúde e nem esteja
vinculada a um sindicado ou associação que disponibilize o serviço,
somente consegue contratar planos de saúde do tipo individual e
este produto não é mais comercializado pelas grandes operadoras de
saúde no país. Portanto, mesmo que esse idoso tenha renda para
pagar o plano de saúde, ele não consegue contratar o serviço —
completa o especialista.