Na última segunda feira (16), o
Corretor de Seguros, Tony César Pereira foi surpreendido ao receber
uma ligação do Carrefour, uma rede
internacional de hipermercados. Durante o contato, uma
representante do Carrefour fez a oferta de
um seguro residencial, onde o contratante pagaria o valor de R$
11,00 ao mês.
Segundo Tony, “entraram em contato
conosco, falando que tinham ofertas para clientes Carrefour, informando o valor
de um seguro residencial por R$ 11,00 mensais. Mas não passaram
outras informações, como as coberturas, porque durante a conversa
me identifiquei como Corretor de Seguros. Mas acredito que pelo
fato de possuir o cartão da loja, provavelmente essa parcela seria
inserida no cartão, para pagarmos todo o mês”, contou.
Tony César compartilhou essa
informação no grupo Bom Dia Seguro, o canal de interação entre os
Corretores no Whatsapp, com o intuito de alertar os colegas de
profissão. De imediato, outros Corretores trocaram opiniões, sobre
a ação do supermercado.
Atuante no Mercado de Seguros há
oito anos, Thiago Torres acredita que essa situação é uma boa
oportunidade para discutir sobre a profissão do Corretor de
Seguros. “Um supermercado vender seguro acredito que não seja uma
linha razoável. De um lado nós temos profissionais que se capacitam
previamente, estudam, constroem uma empresa e contratam
funcionários. De outro lado, vem uma empresa que tem o objetivo de
fazer outro tipo de comércio, oferecer um produto que está
relacionado com o ramo de seguros. É como se fosse uma farmácia
vendendo carro, uma concessionária vendendo cachorro. Não é isso
que deve ser feito”.
Tony é proprietário da BENSCO
Corretora de Seguros e acredita que esse tipo de prática acontece o
tempo todo. “O que eu faço é alertar os clientes sobre os riscos de
se contratar um seguro com instituições que não tem o Corretor. São
marcas muito fortes e consolidadas, então o cliente acaba
acreditando e fechando o negócio”. O Corretor acredita também, na
possibilidade de se criar uma campanha de conscientização. “Precisa
ter uma campanha de conscientização nos meios de comunicação. Para
alertar, chamar atenção. Quando isso parte do Corretor, fica
parecendo que queremos roubar o cliente do outro e não é assim”,
afirmou.
Conforme Thiago, não é papel do
Corretor evitar que esse tipo de prática aconteça. “Essa atuação
deve partir dos órgãos que são preparados e pagos para fazer esse
tipo de fiscalização. Não é da minha atividade vender produtos
alimentícios, como não é do Carrefour vender seguros. E também não
cabe ao Corretor entrar nessa batalha de competição”.