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Incêndio em tanques da Ultracargo traz lições para o mercado segurador, afirma executivo do IRB Brasil RE

Fonte: Sonho Seguro Data: 13 abril 2015 Nenhum comentário

É na hora de um acidente que podemos entregar o nosso produto. Essa é uma frase clássica dos executivos do mercado segurador em todo mundo. Muitos reclamam que pagam o seguro e nunca usam. E digo. Melhor não usar mesmo. Mas é um alívio ter um seguro num momento de crise. Os acionistas da Ultracargo entendem bem isso. Cliente das seguradoras há 40 anos com apólices de riscos patrimoniais e de responsabilidade civil, o grupo praticamente não usou o seguro para um evento de grande porte.

Agora chegou a hora de usar a expertise das seguradoras bem como o valor financeiro contratado, que tem limite máximo indenizável de R$ 550 milhões, segundo notas explicativas das demonstrações financeiras de 2014. Os profissionais de seguros acompanham de perto a equipe de bombeiros e de profissionais do segurado que lutam para apagar um incêndio em tanques de combustível desde o dia 2 de abril. No dia 10, a informação era de que o fogo tinha sido controlado e o desafio estava em afastar a ameaça de possível ressurgimento das labaredas em função do derramamento de combustíveis próximo ao solo.

MarioDiCroceSegundo informou Mário Di Croce, vice-presidente do IRB Brasil RE ao blog Sonho Seguro, estão envolvidas no contrato entre 10 e 15 seguradoras e resseguradoras no Brasil e no exterior. Sem revelar qualquer detalhe financeiro ou de cláusulas do contrato, Croce afirmou que esse é o momento em que o setor de seguros pode mostrar o seu papel social. “O objetivo do nosso negócio é vender proteção para perdas improváveis”, disse. Segundo ele, uma equipe das seguradoras e resseguradora está no local desde o início do incêndio, buscando ajudar o segurado no que for preciso.

Até mesmo a presidenta Dilma Rousseff colocou o governo federal à disposição do estado de São Paulo e da prefeitura de Santos para auxiliar no combate ao incêndio. De acordo com informações da holding Ultrapar, a Ultracargo faz o armazenamento e a movimentação de produtos químicos e petroquímicos na área industrial da Alemoa. Dos 175 tanques no terminal portuário em Santos, os seis que foram atingidos pelo incêndio têm capacidade de 5 mil a 6 mil metros cúbicos. “Ainda é muito preliminar para falar das perdas. Esses tanques queimados provavelmente terão perda total”, acredita o executivo. Como esses tanques representam menos de 5% da capacidade instalada da Ultracargo, a expectativa é de que a importância segurada é mais do que suficiente para cobrir os estragos materiais.

Além dos danos materiais, os investigadores das seguradoras vão levantar danos financeiros, como lucro cessantes, aquele que se deixa de ter por ter a operação interrompida por um dos eventos do seguro, neste caso incêndio, e também danos materiais e financeiros causados a terceiros. A imprensa noticia carros danificados com fumaça e materiais usados no combate ao incêndio, como transportadoras que reivindicam indenizações porque não conseguiram levar a mercadoria até o porto de Santos em razão do caminho estar bloqueado. Segundo o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), os prejuízos do setor de navegação devido aos atrasos na atracação de navios chegaram a US$ 6 milhões.

“Os danos ao meio ambiente também são questionados por moradores e farão parte do levantamento de informações das seguradoras”, explicou Di Croce. A prefeitura de Cubatão já se manifestou solidária aos pescadores prejudicados pela morte de toneladas de peixes em razão da alta temperatura da água e possivelmente pela contaminados pelos produtos químicos vazados dos tanques.

O papel dos investigadores das seguradoras é levantar as causas e danos. É preciso averiguar as causas do acidente. Há informações de que o fogo teve início em tanques novos, recém instalados. “Será preciso apurar se todas as normas de instalação foram seguidas, se os tanques foram vistoriados e se houve algum erro de projeto. São informações rotineiras de uma regulação de acidente”, comenta o ressegurador. “Será um longo processo de regulação e que com certeza trará ensinamento a todos”, afirma Di Croce.

IMG_7985O principal aprendizado está no conjunto gestão de risco. Uma das lições já pode ser tirada. Por se demora tanto para debelar esse incêndio? Mais de um bilhão de litros de água do mar já foram bombeados. E se um incêndio desse acontecesse em um local longe do mar, como seria controlado com a crise de falta de água que o país vive?”. Croce diz que essa é um dos itens que passará a ser priorizado no levantamento de risco de outros programas de seguro. “Qual o contingenciamento adotado para uma situação similar a essa diante deste cenário de falta de água?”, comenta.

Mesmo que se esgote o valor da importância segurada, algo que não deve ocorrer, as perdas causadas por esse evento serão absorvidas com tranquilidade pelo setor diante da pulverização do risco e da política de precificação adotada pelas companhias. Isso significa dizer que o preço do seguro é calculado de acordo com o risco que ele representa. Croce afirma que a Ultracargo é cliente do setor há mais de 40 anos e sempre se mostrou uma boa gestora de riscos, com um histórico estável de acidentes. “A empresa está tomando todas as medidas para mitigar o risco e certamente continuará a ser considerada pelo mercado como um cliente importante”, finalizou Di Croce.

 

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