Realista. É assim que diversos
executivos do mercado têm repercutido suas expectativas para o ano
de 2015. A situação brasileira, embora se desenhe muito mais
complicada do que em anos passados, pode também ser uma
oportunidade de crescimento. Os segmentos de Vida e
Previdência.
Em evento promovido pelo CVG-SP,
Osvaldo do Nascimento, presidente da Fenaprevi, afirmou que uma
grande diferença que se desenha no panorama econômico é o fato de
que os EUA não estão mais em período critico de crise, se recuperam
e tendem a abaixar a taxa de juros. Com esse cenário, a economia
deverá ser estimulada e retomar o aquecimento visto antes desse
período.
Mercado de
Previdência
Nascimento ressalta que o mercado
de Vida e Previdência entra em 2015 consciente do que precisa ser
feito. Embora admita que o crescimento não deve ser tão expressivo
quanto nos últimos nos, o executivo disse que o desenvolvimento
ainda será relevante.
Para lidar com esse cenário, o presidente da entidade destacou que
os processos ligados à modificação da cultura do seguro no País
deverão receber atenção especial baseada em dois alicerces:
educação financeira e produtos voltados ao perfil do cliente.
“Nosso setor tem um déficit muito grande na área de educação. É
preciso melhorar a qualidade e preparar melhor nossos
profissionais, assim como a transparência dos produtos”,
afirmou.
Para ele, a grande maioria dos
brasileiros tem dificuldade em confiar no longo prazo,
especialmente quando a situação é volátil. Se o contratante da
previdência tem uma divida que precisa quitar, por exemplo, ele
resgata seus investimentos, prejudicando tanto o mercado quanto
suas aplicações.
Para resolver essas questões,
Osvaldo Nascimento garante que o desenvolvimento de novos produtos
já está tramitando. O VGBL Saúde, por exemplo, que há bastante
tempo é uma ânsia do mercado, deverá ser liberado ainda nesse
semestre, segundo o executivo. Outros produtos estão sendo
avaliados, como o Universal Life (que está no laboratório da Susep)
e os chamados Annuities, para garantir as rendas anuais de
aposentadoria.
Nesse sentido, talvez a maior
novidade para o mercado seja um produto voltado à causas
filantrópicas, que já é muito utilizado nos EUA e tramita há algum
tempo pela Susep. “Ele deverá ser utilizado quando o contratante
tiver um patrimônio que deseje deixar para alguma causa, mas que
não queira fazer a doação de uma única vez. O seguro garantirá que
os aportes sejam programados e liberados ao longo do tempo”,
esclareceu o executivo.
Cenário
Quanto ao Brasil, Nascimento
ressaltou que o País ainda depende muito de investimentos
estrangeiros e passa por uma situação semelhante à vivida pela
Europa. No País, o principal impacto se deve à queda no preço de
petróleo, questão que também afeta, guardada as proporções, países
como Rússia e Venezuela. “O Brasil passa por um momento difícil
porque conjugou diversos fatores negativos.
A queda do preço do petróleo tem grande
impacto na Petrobrás, que por sua vez tem um peso muito grande no
PIB, qualquer “desenventimento” tem um impacto econômico muito
grande, especialmente de arrecadação fiscal”, afirmou o executivo.
As questões da investigação Lava-Jato, para Nascimento, é um
problema mais pontual e chega até a ser positivo, já que demonstra
uma predisposição do País à investigação dos casos de
corrupção.