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Valorização da saúde exige mudanças sociais

Fonte: Saúde web Data: 02 julho 2013 Nenhum comentário

Passando por casos pontuais como a obesidade nos EUA até assuntos comuns ao Brasil como a dificuldade da troca de informações frente a grande extensão territorial do País, Frederic Goldstein falou por cerca de uma hora em São Paulo como principal atração de um fórum internacional promovido pela Asap, Aliança para a Saúde Populacional. A entidade, que atua com soluções para a gestão da saúde de empresas, foi inspirada na própria Care Continuum Alliance.

Goldstein é CEO da Care Continuum Alliance, principal entidade mundial em gestão de saúde populacional (GSP) e que inspirou a criação da Asap em setembro passado, a partir da preocupação de grandes empregadores brasileiros com os índices alarmantes de doenças crônicas no mundo corporativo.

É um dos mais reconhecidos conferencistas do segmento e já participou de debates em câmaras legislativas de estados norte-americanos, para mudanças na legislação sobre saúde e assistência médica.

Mestre em Administração de Saúde pela Trinity University (San Antonio, Texas), presidiu duas grandes provedoras de soluções de GSP. Possui mais de 25 anos de experiência em gestão de cuidados de saúde, exercendo papel fundamental no engajamento de stakeholders em prol da saúde populacional.

Veja os principais trechos da palestra:

Gestão do indivíduo nas empresas

Você altera a população com uma pessoa de cada vez. Se esquecer disso, o trabalho não vai ser feito. Sabemos que somos ocupados, temos outras coisas a fazer na vida, então mudar esse comportamento é a chave. Será que podemos mudar um grupo grande? Será que conseguimos mostrar a mudança para esse grupo? Quando começamos a etapa inicial do mecanismo de gestão, avaliamos o que acontece em casa, que comida comem, se fazem exercícios e criamos um modelo para integrar tudo isso. Mas conseguimos mudar? A mudança pode ser psicológica, social, clínica, de qualidade de vida. E a partir daí temos de ser capazes de criar uma força de trabalho mais produtiva. Há estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) que dizem que a saúde do funcionário deva estar no ativo, porque uma empresa mais saudável deve ter um valor mais alto no mercado financeiro. O debate é esse nos EUA.

A importância da gestão de saúde populacional

O custo médico representa 30% do que uma empresa gasta com saúde, enquanto os outros 70% estão na perda de produtividade, já que os empregados trabalham pior, faltam no serviço, vão trabalhar e não aguentam o dia completo. Uma empresa fez um estudo que viu que perdeu oito dias por ano por conta de problemas de saúde e que isso representou uma perda de US$ 18 milhões no período, então ela quer implementar programas para ter uma empresa mais lucrativa. Nos EUA, cada vez mais as empresas aceitam isso, de que o bem estar funciona e precisa estar colocado na rotina dos funcionários. Nas empresas pequenas você tende a ter programas menos desenvolvidos, enquanto as maiores têm gestão populacional completa.

O custo individual

Nosso problema é o ônus das doenças, que é o que leva a gestão a custos cada vez mais altos. Temos 133 milhões de americanos com doenças crônicas e gastamos 75% do nosso orçamento de saúde com eles. A obesidade, por exemplo, é responsável por 27% do aumento de custo; outros 79 milhões de americanos têm um estado de pré-diabetes, sendo que menos de 10% sabem. Pegando esse exemplo, eu lembro que meu avô tinha diabete tipo 2 e agora temos crianças de 10 anos com isso, imagine o custo da vida desse indivíduo? E vai sobrar para o empregador, já que quando essa criança chegar aos 21 anos e for trabalhar, vai ser problemático para o contratador. E não podemos culpar os nossos pais, não é genético, isso é estilo de vida. Olha, 51% do fator de mortalidade é estilo de vida, e temos de ajudar essas pessoas a ter uma vida mais saudável. Sabemos que 80% das doenças cardíacas assim como 40% dos cânceres são preveníveis se pararmos de fumar, se passarmos a comer direito e se fizermos exercício físico. Se é difícil mudar o comportamento e o que as pessoas estão fazendo, pelo menos é uma boa notícia sabermos que, com mudanças de rotina, podemos alterar o cenário.

Recompensas

Se queremos recompensar as pessoas devemos recompensar os saudáveis por permanecerem saudáveis também. Porque assim terá de ser uma avaliação constante, já que no começo de um programa todo mundo entra na academia em janeiro e quando chega março está apenas pagando, sem frequentar.

Resultados

A questão que deve ser reconhecida é que para ver os resultados você precisa focar não só nos resultados sobre os doentes, mas sim os que engajam os indivíduos. Temos uma pesquisa nos EUA que mostra que o programa pode ser fantástico, mas só 15% das pessoas o atendem; então às vezes você tem um programa mais amplo que atende 60% das pessoas e pode te dar resultados também.

Tecnologias

As crianças hoje não respondem mais ao telefone, mas mandam torpedo, e isso está mudando o comportamento das pessoas. Elas olham para o celular 50 vezes por dia, então isso muda o comportamento no consumo. É preciso entender como aplicar a mudança para outras indústrias. Portanto, precisamos de sistemas novos, olhar fora do sistema. Estamos atrasados em ver como compartilhamos os cadastros clínicos, por exemplo, e precisamos ser mais atentos às tecnologias inovadoras. Temos também de usar melhor nosso tempo. O que eu vejo de bom são os pequenos tempos livres que temos durante o dia. Se você receber no celular a notícia que a glicose do seu sangue está alta e o que você pode ou não comer, de repente você vê a mensagem na fila do supermercado e já toma uma atitude.

Rotatividade

A empresa poderia pensar: por que vou investir nesse empregado se mais tarde ele vai sair daqui? Temos de ter uma mudança na sociedade de dar valor à saúde de todos porque estamos no mesmo barco. Não importa no final do dia se ele sai da empresa ou não. Mas a empresa tem de fazer isso apostando que o empregado é um ativo importante e que companhias como essas atraem novos funcionários porque eles querem estar em lugares como esse. Eu escutei isso de uma montadora de carros: colocaram uma planta num lugar e depois de dois anos falaram que se soubessem dos problemas de saúde naquele lugar, não teriam colocado a fábrica lá. Então, se você pode criar um lugar legal para trabalhar, mais fábricas vão chegar ali.

Obesidade

É incrível, mas não há nenhum estado que tenha menos de 20% de obesos, com alguns batendo 35% até. [Mostra uma foto de um homem dentro de um carro e um cachorro acompanhando o veículo] Essa pessoa está levando o cachorro para passear de carro, aí você já pensa que ela é preguiçosa, que ela não tem ideia do que é saúde, mas você vê calçadas nesta via? Não tem calçada! Será que há um local para caminhar adequadamente com segurança? Então há outras coisas que temos de considerar e isso vai além da abordagem médica. Ainda sobre a obesidade eu escutei falar de empresas que estão dizendo que vão ficar de olho nas condições de quem vão contratar. Não sei direito o que pode ser feito porque é contra lei [não contratar alguém por estar fora do peso]. Em relação aos programas temos grupos de caminhada e cantinas que estão mudando a alimentação. Há também empresas que estão evitando que os funcionários fiquem sentados. Há estudos que dizem que passar o dia todo sentado é pior que fumar, então estão fazendo com que você saia do escritório.

Fumantes

Temos tido uma mudança cultural na sociedade em relação a isso. Já é proibido nos locais de trabalho e às vezes até fora dos prédios também. Já estamos tendo hospitais nos EUA que não contratam mais fumantes.

Exemplo dos EUA

A pessoa paga US$ 100 por mês para o provedor e ele tem de gerenciar isso. O que nós queremos garantir é que as rodagens de pagamento sejam estabelecidas e incluam a saúde populacional. Também estamos interessados no papel e no valor para tecnologia para a saúde: quando a nova tecnologia de informação chega, quando o telefone móvel domina o mundo, quando mais pessoas no mundo têm acesso ao telefone celular que à água corrente ou à escova de dentes. Vamos então nos comunicar com essa tecnologia ligados à nuvem. Queremos agregar o valor do bem estar para a gestão de saúde populacional.

Pefil das populações nos EUA

Um balanço de 2012 da Employer Health Benefits Survey mostrou que 77% das empresas nos EUA oferecem gestão do estilo de vida aos funcionários, 76% oferecem vacinas, 55% promovem programas com exercícios físicos, 44% têm serviços de enfermagem e 21% estão trabalhando em cima de uma alimentação saudável. Existem um grande movimento nos EUA para que as empresas tirem aquelas máquinas de fast food das companhias. Temos um exemplo de uma empresa que colocou um prato com hambúrguer e batata frita por US$ 10 enquanto as saladas custam apenas US$ 1. Já é um incentivo.

Dimensões do País

Assim como no Brasil, os Estados Unidos têm de apresentar exemplos de como resolver os problemas de tamanho geográfico. Na cidade você tem vários hospitais que atraem pessoas, mas tem gente em comunidades muito distantes que não chegam aos hospitais. Nos EUA já temos uma telemedicina avançada com a capacidade de ter o resultado no laboratório sobre exames feitos à distância. Acredito que vamos ter essas respostas com a base sólida de um sistema telemédico. Se você tenta alavancar isso para melhorar a saúde do indivíduo não precisa que os médicos estejam necessariamente presentes. Os smartphones são fantásticos e você pode fazer muita coisa com eles, como os programas na Ásia e na África que já funcionam com torpedos e você pode resolve as coisas à distância.

Inclusão

Com a reforma da saúde veremos 30 milhões de pessoas de baixa renda que não tinham seguro médico entrar nesta gestão pelo governo. Nós então ajudamos as empresas a gerar pesquisa e dar valor aos programas, ver se funcionou, provar que você pode ver mudanças, e reunir grupos para discutir a gestão como hoje.

A Care Continuum Alliance

É a única organização do setor de saúde populacional dos Estados Unidos, e nosso principal enfoque é na pesquisa, defendendo a disseminação de informação. Queremos garantir que vamos explicar às empresas e aos governos o valor da saúde populacional. Todo mundo está falando disso nos Estados Unidos, nem sempre da mesma maneira, claro, mas muita gente vê isso como a solução para a crise que enfrentamos. Avaliamos desde indivíduos saudáveis até complexos, e isso não pode ser apenas uma gestão de doenças crônicas. Nossos membros são de várias áreas: planos de saúde, gestão, tecnologia, consultores, intermediários e até grupos internacionais como a Asap.

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