Pensando em tornar a gestão cada vez mais profissional, a Unimed
Vitória criou em 2010 a Assessoria de Gestão de Riscos
Corporativos. A ideia de ter uma área de suporte à diretoria
executiva da empresa surgiu após trabalho consolidado pela PwC, em
consultoria realizada a pedido da Unimed Vitória.Hoje, os objetivos
da gestão de riscos estão alinhados ao planejamento estratégico e
divididos nas seguintes categorias: financeiros, operacionais, de
imagem, estratégicos e atuariais.
No Centro Integrado de Atenção à Saúde (Cias), o gerenciamento
de Riscos Assistenciais funciona desde 2006. Segundo o
diretor-presidente da Unimed Vitória, Márcio de Oliveira Almeida,
inicialmente, a área teve enfoque na adequação aos requisitos da
Organização Nacional de Acreditação (ONA). “A prova de que temos
feito um trabalho relevante nessa área é o fato de obtermos o nível
máximo, de excelência, na certificação tanto no Cias quanto na
Unimed Diagnóstico, recurso próprio com foco na realização de
exames”, avalia.
Em 2010, a cooperativa passou a usar como referência a norma ISO
31.000 no hospital e o próprio processo de adequação às diretrizes
da norma permitiu uma nova alavancada na área, de acordo com
Almeida.
Boa aceitação
Como a equipe atua no suporte à Governança Corporativa, a
implantação da nova área foi uma consequência natural, um caminho
considerado importante para a maturidade na gestão da cooperativa.
Os riscos internos têm sido mapeados há dois anos e, até 2014, os
demais serão rastreados. Nessa perspectiva, todos os eventos que
apresentam alguma possibilidade de ameaça às metas da cooperativa
estão sendo mitigados, por meio de planos de resposta e auditorias
internas.“Temos conseguido ver o quanto esse princípio está
começando a integrar a cultura da organização. Com o engajamento
dos gestores, em palestras, treinamentos e na participação contínua
dos líderes no projeto em cada área, as equipes estão cientes de
que a gestão de risco reduz retrabalho e falhas, trazendo
resultados com mais segurança e qualidade”, considera Almeida.
Gestão compartilhada
A Unimed Vitória tem caminhado para uma governança corporativa
mais plena, o que está permitindo aos gestores ver o planejamento
estratégico gerando bons resultados e até delineando uma nova forma
de atuar no mercado.
Almeida aposta na transparência como base da governança corporativa
do hospital. “Somos uma cooperativa e temos por princípio a gestão
compartilhada, aberta à participação dos cooperados. Buscamos uma
comunicação eficaz com os públicos internos e externos, pois
estamos cientes de que isso só reforça a imagem sólida e de
credibilidade que conquistamos e mantivemos nesses 32 anos.”
O executivo ressalta a criação do Gestão à Vista, ferramenta
disponível no Portal Médico que permite aos cooperados, a cada três
meses, ter acesso aos demonstrativos financeiros da cooperativa,
nos moldes das empresas de capital aberto. Já em relação ao público
externo, é publicado o Relatório de Sustentabilidade nos moldes da
metodologia Global Reporting Initiative (GRI), com informações
detalhadas sobre a forma como a Unimed Vitória se comporta no
mercado.
Crescimento sustentável
Criar o Cias, há nove anos, foi uma iniciativa já pensada no
sentido da sustentabilidade da cooperativa, de acordo com o
executivo. A perspectiva era ter um espaço aberto para a utilização
dos médicos cooperados e garantir, na rede própria, a possibilidade
de administrar e acompanhar de perto as estruturas de atendimento
da rede credenciada.
“A visão de futuro que temos para os recursos próprios, de modo
geral, inclui os pilares crescimento e sustentabilidade, tendo como
objetivo que todas as unidades sejam referências nacionais nas suas
áreas de atuação. E, apesar da pouca idade das nossas unidades de
atendimento, temos alcançado esse objetivo.”Uma iniciativa recente
foi a criação do Centro de Distribuição para materiais e
medicamentos. O local é responsável por comprar os produtos para
toda a rede própria, que além do Cias, inclui outros nove pontos de
atendimento.
Com o projeto, Almeida confirma a ampliação do poder de negociação
da cooperativa com empresas e a possibilidade de ampliação do
estoque, melhorias em termos de logística e de redução de custos.
“Isso sem considerar que ter um estoque ampliado permite que os
recursos próprios atravessem com certa tranquilidade uma eventual
paralisação no fornecimento de medicações, como a que ocorreu com a
greve da Anvisa, conta.
“Nos últimos anos, percebemos no Brasil e em vários países um
forte aumento da demanda nas emergências. Pesquisas mostram que, na
maioria das vezes, as pessoas recorrem aos hospitais motivadas por
questões como o desejo de conseguir atendimento e alívio rápidos, a
inexistência de um médico de sua confiança e a dificuldade de
marcar uma consulta imediata com um determinado especialista. Esse
processo prejudica o público, gerando demora no atendimento aos
casos que, de fato, são urgentes até mesmo em hospitais como o
Cias, que já utilizam a chamada metodologia de Classificação de
Risco nas emergências”, sequencia.
Em alerta a essa situação, a Unimed Vitória realizou uma campanha
em parceria com outros hospitais para a conscientização das pessoas
sobre a utilização correta do pronto-socorro.
Ainda nesse sentido, Almeida diz repensar o perfil do atendimento
ao cliente na cooperativa em geral, dentro e fora do hospital.
“Nosso objetivo é, com um projeto que está em formulação, permitir
que o cliente tenha um histórico de atendimento com um médico
assistente e possa receber cuidado integral por parte desse
profissional. Além disso, temos ampliado nossa rede própria para
consultas eletivas, abrindo novos espaços de atendimento para os
cooperados e permitindo que os pacientes tenham acesso a consultas
médicas com especialistas de maneira mais ágil.”