Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com assistências
ambulatorial e hospitalar podem chegar a R$ 63,5 bilhões em 2030. A
projeção, inédita, será apresentada hoje pelo Instituto de Estudos
de Saúde Suplementar (Iess) e representa um aumento de quase 150%
em relação aos R$ 25,5 bilhões gastos hoje.
“O cálculo foi simples”, explica Luiz Augusto Carneiro,
superintendente executivo do Iess. “Conseguimos os dados de quanto
o SUS gasta com internação e atendimento ambulatorial por idade e
aplicamos a variação do tamanho da população à estrutura de
gastos”, afirma.
A assistência ambulatorial compreende procedimentos realizados
sem a necessidade de internação hospitalar, como consultas, exames
e terapias. Já a assistência hospitalar abrange procedimentos como
cirurgias e transplantes.O estudo aponta também que os gastos com
internações de idosos em 2030 poderão crescer até cinco vezes em
relação ao valor registrado em 2010, atingindo os R$ 14,3
bilhões.
Estima-se que até 2030 os gastos com a população idosa somarão
quase metade de todas as despesas hospitalares do SUS.“Todas as
premissas são conservadoras”, diz Carneiro, questionando a
capacidade do orçamento público de absorver essas despesas.
“Precisamos investir mais em promoção da saúde para que no futuro
possamos gastar menos com internações e doenças crônicas.