Segundo o governo estadual, o índice médio foi de 11,5 óbitos por
mil nascidos vivos, o menor já registrado em São Paulo
O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira uma queda de
31% na taxa de mortalidade infantil nos últimos 11 anos. Em 2011, o
índice foi de 11,5 mortes a cada mil crianças nascidas vivas,
contra 16,9 mortes por mil em 2000. É o menor índice já registrado
no estado. Em 2010, a média havia sido 11,8 mortes por mil
nascimentos. Os dados fazem parte de um balanço realizado pela
Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Seade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a mortalidade infantil é o
principal indicador de saúde pública. Ela mede a quantidade de
crianças que morrem antes de atingir um ano de idade. A taxa
de São Paulo é menor do que a média registrada no país, que foi de
15,6 mortes por mil em 2010. No entanto, países desenvolvidos como
Islândia, Japão e Suécia registram taxas de 3 mortes por mil
nascimentos. No Brasil, somente Santa Catarina possui um índice
melhor que São Paulo: em 2010, o índice de mortalidade infantil
registrado foi de 11,2 mortes por mil nascidos.
Para realizar o estudo, o governo dividiu o estado de São Paulo em
17 regiões. A que apresentou o menor índice foi a de Barretos, com
8,1 óbitos por mil nascidos vivos. Em seguida vieram São José do
Rio Preto, com 9,1 por mil, e Presidente Prudente, com 9,9 por mil.
A maior taxa do estado foi registrada na região da baixada
santista, que teve 16,9 óbitos a cada mil nascidos vivos.
A cidade de São Paulo registrou 11,4 mortes por mil nascidos vivos.
Dos outros 644 municípios do estado, 322 apresentaram índices de
mortalidade abaixo de 10, comparáveis aos de países desenvolvidos.
"Nosso objetivo é que o estado inteiro atinja esse padrão de um
dígito no índice", disse o governador Geraldo Alckmin.
Das 17 regiões do estado, 12 tiveram redução da taxa em relação
ao ano anterior, e 10 atingiram os menores índices de sua história.
Segundo o governo, essa queda se deve a avanços na área da saúde
pública. "Aumentamos os atendimentos pré-natais das grávidas e a
disposição de UTIs neonatais, além de ampliar o acesso ao
diagnóstico", disse Giovanni Guido Cerri, secretário de saúde do
estado de São Paulo.
Programa — No mesmo evento, o governo do estado e o Hospital das
Clínicas anunciaram o programa "Diagnóstico Amigo da Criança", que
pretende diminuir os riscos dos diagnósticos aplicados aos mais
novos, sem afetar sua precisão. Alguns exames podem expor os bebês
a riscos futuros, como a anestesia, os raios-x e as coletas de
sangue. Como os bebês têm uma quantidade pequena de sangue,
comparados a um adulto, qualquer retirada um pouco maior pode
colocá-los em risco. O objetivo do projeto é reduzir em até 75% o
volume de sangue coletado das crianças para análise laboratorial.
"A retirada de sangue em bebês é a principal causa de transfusões
de sangue nessa idade", disse Magda Carneiro-Sampaio, professora do
Departamento de Pediatria do Instituto da Criança do Hospital das
Clínicas.
O projeto também pretende diminuir o uso de anestesia e a exposição
a radiação ionizante, que pode trazer riscos como o desenvolvimento
de câncer. Para isso, o Hospital adquiriu um novo aparelho de
tomografia que reduz em até 70% a exposição à radiação. O governo
pretende que o projeto se torne modelo para o atendimento em outros
hospitais do estado.