número de bebês nascidos vivos e que
morreram antes de completar 1 ano de idade em Americana (SP), até
junho de 2018, equivale a 80% de todos os casos registrados no ano
passado. De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de
Saúde do município, foram 16 óbitos no primeiro semestre, contra 20
em todo o ano de 2017.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a mortalidade infantil é o principal indicador da
saúde pública. Veja também a realidade dos maiores municípios da
região de Campinas ao longo da reportagem.
O cálculo da taxa - média de
mortes para cada mil nascidos vivos - em Americana em 2018 ainda é
parcial. Com 1.370 bebês que vieram ao mundo na cidade nos seis
primeiros meses, o coeficiente foi de 11,67 até junho.
A Vigilância justifica que não
há como saber quantos novos óbitos de bebês nessa faixa etária
ainda vão ocorrer até o fim do ano e, por isso, a parcialidade não
mostra uma realidade da cidade. Disse, ainda que "não foi observado
nenhum fator diferente" na cidade no período para explicar o número
de mortes.
"Não podemos
considerar um aumento da taxa de mortalidade infantil no ano de
2018, avaliando somente o número absoluto de óbitos. Para uma
análise correta, temos que considerar no fim do ano o número de
nascidos vivos", informou a Vigilância por nota.
A taxa considerada aceitável
pela OMS é de 10 óbitos para mil nascimentos. A taxa de mortalidade
em Americana em 2017 foi de 7,50, com 2.666 nascidos
vivos. [Veja a evolução dos casos desde 2015 na
tabela, abaixo]
Segundo a Vigilância, as
principais causas de óbitos em menores de 1 ano de 2015 a 2017
foram:
- Má formação e anomalias cromossômicas
- Infecção específica do período perinatal (primeiros 7 dias de
vida)
- Transtorno respiratório cardiovascular do período
perinatal
- Má formação e anomalias cromossômica
- Transtorno respiratório cardiovascular do período
perinatal
- Feto afetado por complicações maternas da placenta do cordão
umbilical e das membranas
De acordo com a Vigilância, as
taxas ficaram abaixo do estabelecido pela OMS nos dois últimos
anos. A mortalidade infantil está relacionada a fatores como:
assistência ao pré-natal, assistência ao parto, atendimento ao
puerpério, tanto na rede SUS como na rede privada, além das causas
externas de mortalidade, informou a Secretaria de Saúde.
Mortalidade infantil em
Americana
Ano |
Nº de óbitos |
Taxa de mortalidade |
2015 |
30 |
10,47 |
2016 |
18 |
7,42 |
2017 |
20 |
7,50 |
2018 (parcial) |
16 (parcial) |
11,67 (até junho) |
Em relação aos últimos anos, a
Secretaria de Saúde atribui a redução da taxa aos incentivos que a
cidade oferece na rede pública. Conta com um programa de incentivo
ao aleitamento materno e atendimento de puericultura e vacinação em
17 Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Na cidade são quatro
maternidades, sendo uma pública e três privadas. A rede pública
conta com uma UTI neonatal, e a rede privada também oferece essa
opção para internação de bebês prematuros ou com complicações.
O serviço de saúde da mulher
pelo SUS realiza o pré-natal de cerca de 50% das gestantes da
cidade. De acordo com a Vigilância, o restante das grávidas possui
planos de saúde.
Entre as cinco maiores cidades
da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que tiveram as
prefeituras consultadas pelo G1 - Americana,
Campinas, Hortolândia, Indaiatuba e Sumaré - Somente Sumaré (SP)
não respondeu sobre as taxas e óbitos de bebês nos últimos
anos.
No geral, todas acreditam que
investir em um pré-natal cercado de cuidados é uma das saídas para
evitar a mortalidade infantil.
Houve um aumento na taxa de
mortalidade entre 2016 e 2016, seguida de uma queda em 2017. No ano
passado foram registradas 137 mortes, com taxa de 8,8, e 2018 tem
parcial de 68 mortes.
Mortalidade infantil em
Campinas
Ano |
Nº de óbitos |
Taxa de mortalidade |
2015 |
129 |
7,96 |
2016 |
137 |
9,04 |
2017 |
137 |
8,8 |
2018 (parcial) |
68 (parcial) |
8,8 (parcial) |
Coordenadora da Saúde da Mulher,
Adolescente e Criança do departamento de Saúde, a pediatra Tânia
Maria de Cássia Marcucci Oliveira explica que o indicador é anual e
depende do número de nascidos vivos.
"A Prefeitura tem meta de se
manter em um dígito, ficar por volta de 9. A maior causa de
mortalidade é em cima da prematuridade. Criança nasce com idade
gestacional menor que 38 semanas e, com isso, tem algumas
complicações. Pra gente melhorar a prematuridade e pensando em
diminuir o índice de mortalidade, tem que cuidar desse pré-natal da
melhor maneira possível".
A cidade tem uma média de 15 a
16 mil novos bebês do município por ano, mas a conta chega a 21 mil
se considerar as gestantes que vêm de outras cidades.
A taxa de mortalidade chegou a
11,47 em 2016, ultrapassando o limite aceitável da OMS. No entanto,
em 2017 a cidade registrou queda importante do índice, que foi para
8,08. Este ano, a taxa parcial, considerando nove óbitos de bebês
até 1 ano, está em 8,68.
Mortalidade infantil em
Hortolândia
Ano |
Nº de óbitos |
Taxa de mortalidade |
2015 |
não informado |
9,42 |
2016 |
não informado |
11,47 |
2017 |
25 |
8,08 |
2018 (parcial) |
9 (parcial) |
8,68 (parcial) |
Por nota, a Secretaria de Saúde
informou que a "mortalidade infantil tem múltiplas causas, que
estão relacionadas às condições do pré-natal, do parto e dos
cuidados com o recém-nascido". Isso inclui as condições de vida,
habitação, alimentação, renda, por exemplo.
Entre as principais causas
estão: prematuridade, infecções não tratadas ou reincidentes na
gestação, infecções no recém-nascido e malformações congênitas.
A secretária da Pasta, Odete
Carmem Gialdi, ressaltou ao G1 que
Hortolândia é uma cidade que tem vulnerabilidades, com população de
baixa renda e o desemprego como fator que incide na qualidade de
vida.
"Isso se reflete nas crianças e
na gestação com mais impacto. Nós estamos revendo a linha de
cuidado materno-infantil; as gestantes, quando fazem o teste de
gravidez, tem que sair com consulta marcada, fazer os exames. A
gente está ampliando os agentes comunitários de saúde para fazer a
busca ativa à gestante", afirma.
A cidade também tem um histórico
de altas taxas de mortalidade infantil. Em 2015 e 2016 ficaram
acima de 10 (limite da OMS), mas caiu em 2017 e este ano também
apresenta tendência de queda.
Mortalidade infantil em
Indaiatuba
Ano |
Nº de óbitos |
Taxa de mortalidade |
2015 |
não informado |
10,89 |
2016 |
não informado |
10,47 |
2017 |
não informado |
9,75 |
2018 (parcial) |
não informado |
9,51 (parcial) |
Por nota, a Secretaria de Saúde
de Indaiatuba informou que a redução gradual da mortalidade é fruto
das ações do município para redução desse indicador.
"Observa-se que aproximadamente 30% das gestantes do município são
provenientes de convênios/particular, indicando a necessidade de
uma melhor sensibilização do profissional desta rede e da população
em geral, para reduzir ainda mais o coeficiente de mortalidade,
visto que cerca de 30% dos nossos óbitos são de pacientes de
convênio", informou, por nota.
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