Baseado em análise de mercado e histórico de reajustes, a Unimed Fortaleza estima que o aumento nos planos de saúde pessoa física fique em torno de 10% para este ano. O percentual fica acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em 2017 fechou em 2,95%, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas abaixo da inflação do setor de 14,80%. O reajuste anterior, autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi de 13,55% e vigora até o mês de abril deste ano.
Atualmente, 46% da carteira da Unimed Fortaleza é formada por planos de saúde para pessoa física, diz Elias Leite, presidente da entidade. Ele explica que a inflação da saúde ainda é alta e acima de índices como Selic e IPCA. “Às vezes, o beneficiário vê que o IPCA está 3%, mas não estamos vendendo feijão, arroz ou construção civil. Estou vendendo plano de saúde, que tem a inflação muito alta. A Unimed Fortaleza, ano passado, teve uma inflação de 14,80%”, informa.
A ANS não define preços de planos de saúde, mas estabelece limites. O percentual de reajuste dos planos é um cálculo composto pela variação da frequência de uso de serviços, incorporação de novas tecnologias e oscilação dos custos de saúde. Difere, portanto, dos “índices de inflação” que medem a flutuação de preços dos insumos de diversos setores, como alimentação, vestuário, transporte e habitação.
Para 2018, a cooperativa prevê um cenário positivo, que vem em recuperação desde a gestão anterior. A carteira de clientes deve expandir de 3% a 5%, o que representaria um acréscimo em torno de 17 mil vidas. Com a base de 330 mil clientes, o presidente avalia atingir a marca de 400 mil clientes até o fim da atual gestão, que iniciou em fevereiro deste ano e vai até 2022.
A Unimed Fortaleza é a segunda no ranking de planos de saúde em Fortaleza, com 28% de marketing share (participação de mercado). Para este ano, a cooperativa estima crescer 12%, devendo faturar R$ 2 bilhões. Já os investimentos estão orçados em R$ 20 milhões para melhorias da rede e inovação, conforme publicado pelo O POVO no início do mês passado.
"Às vezes, o beneficiário vê que o IPCA está 3%, mas não estamos vendendo feijão, arroz ou construção civil. Estou vendendo plano de saúde, que tem a inflação muito alta"
ELIAS LEITE Presidente da Unimed Fortaleza
Sobre novos negócios, Elias não descarta parcerias com o poder público para serviços de atendimento. “Tem algumas ideias, ainda não estão bem desenhadas, mas de repente prestar serviços. Hoje temos cooperativa com 4 mil médicos, que podem prestar serviços para outras instituições, quem sabe”. Isso porque o Governo do Estado lançou decreto regulamentando atuação da iniciativa privada no Sistema Único de Saúde (SUS).
Porém, as parcerias devem funcionar dentro de um “modelo reinventado”, enfatiza o presidente. Um acordo que seja financeiramente bom para todos os envolvidos: a Unimed Fortaleza, o médico cooperado, o outro parceiro e o cliente. “Dentro de uma postura ética e legal, a gente está aberto para negociar qualquer coisa”, complementa.
Unimed Fortaleza – Exercício 2017
Receita líquida
R$ 1,94 bilhão
Custo Assistencial
R$ 1,68 bilhão
Resultado Operacional
R$ 12,3 milhões
Resultado Contábil
R$ 45,2 milhões
Liquidez Corrente (o quanto a empresa tem a receber a cada R$ 1 pago)
R$ 1,35
Capital Circulante
R$ 126,7 milhões
Sobras distribuídas aos cooperados
R$ 5,06 milhões
Sinistralidade
85,21% (a cada R$ 100 recebido do cliente, o quanto é gasto em custo assistencial)
DADOS
COOPERATIVISMO NO CEARÁ
TOTAL
116 cooperativas
61.991 associados
4.752 empregados
AGROPECUÁRIO
28 cooperativas
4.911 associados
417 empregados
CONSUMO
3 cooperativas
431 associados
110 empregados
CRÉDITO
5 cooperativas
25.015 associados
218 empregados
HABITACIONAL
1 cooperativas
20 associados
0 empregados
INFRAESTRUTURA
1 cooperativas
0 associados
1 empregados
SAÚDE
23 cooperativas
10.922 associados
3.771 empregados
TRABALHO
19 cooperativas
18.569 associados
54 empregados
TRANSPORTE
36 cooperativas
2.053 associados
181 empregados