Afirmação foi feita pela diretora do
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor em reunião com
ouvidores na CNseg
A reunião conjunta realizada pelas
comissões de Ouvidoria e de Relações de Consumo da CNseg em 30 de
agosto contou com a participação inédita da diretora do
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Ana
Carolina Pinto Caram, e da coordenadora Geral do Sistema Nacional
de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), Daniele Cardoso,
que vieram à sede da Confederação, no Rio, para falar sobre as
demandas dos consumidores de Seguro na plataforma Consumidor.gov.br
e no SINDEC.
O encontro foi aberto pela Presidente
da Comissão de Relações de Consumo Rosana Techima, que agradeceu a
todos os profissionais do mercado segurador pela presença e
engajamento, e especialmente às representantes da Secretaria
Nacional do Consumidor, pela oportunidade de ouvi-las e de dialogar
sobre aprimoramentos para melhor atender ao consumidor.
Em seguida, o presidente da Comissão
de Ouvidoria, Silas Rivelle Jr., apresentou às convidadas um
histórico da evolução da implantação das ouvidorias no setor
segurador, pioneiro nesse processo em relação a outros segmentos do
setor privado. Em sua fala, Silas destacou que um dos principais
papéis das ouvidorias é o de ser uma ferramenta estratégica de
melhoria de processos, produtos e serviços. Papel que,
aparentemente, vai ao encontro dos objetivos da Secretaria Nacional
do Consumidor (Senacon) – à qual o DPDC é vinculado – que, de
acordo com Ana Carolina, é o de ajudar as empresas a melhorarem o
atendimento aos clientes.
“E, pelo que tenho visto, o setor de
seguros é um dos mais organizados em relação à estrutura de
relacionamento com os consumidores”, afirmou a diretora do DPDC. E
a afirmação pode ser evidenciada pela baixa proporção de
reclamações do setor na plataforma Consumidor.gov.br que, de acordo
com o último levantamento, é de apenas 0,9% (sem considerar a Saúde
Suplementar), conforme informou Daniele Cardoso.
As representantes da Senacon
ressaltaram a importância das empresas aderirem ao
Consumidor.gov.br, sendo que, hoje, quarenta e seis empresas, que
representavam 77% da arrecadação do mercado, entre as associadas às
Federações da CNseg em 2016, já integram a plataforma. Afirmaram
que a participação na plataforma é muito bem vista e a quantidade
de reclamações não é encarada como algo negativo, mas sim como um
sinal de que a empresa acredita nesse canal e trabalha para o seu
bom funcionamento. A Coordenadora do Sindec trouxe alguns números
exclusivos do setor segurador para os presentes, que puderam
constatar que a maioria das demandas diz respeito ao seguro de
automóveis que é, não coincidentemente, o seguro com maior
penetração na população.
Entre os principais tipos de
problemas, destaque para os de Serviço de Atendimento ao Cliente
(SAC) que, de acordo com os consumidores reclamantes, eventualmente
não conseguem resolver as demandas ou respondem com atraso.
Entre janeiro e julho deste ano,
afirmou Daniele, foram 2.426 reclamações finalizadas, sendo 97,2%
as que foram respondidas, com um índice de solução de 69,2%,
excluído do cálculo novamente a Saúde Suplementar.
Independentemente da avaliação do
consumidor ou da efetividade das empresas na resolução das
demandas, as servidoras convidadas trouxeram algumas dicas que
podem melhorar o relacionamento com os clientes na plataforma
Consumidor.gov.br.
Em primeiro lugar, as empresas devem
interagir mais com os consumidores na plataforma. Muitas vezes,
disse ela – não considerando apenas o setor segurador – essa
interação é demorada e pouco esclarecedora. Assim, se o consumidor
faz alguma interação no sistema, a empresa deve se manifestar o
mais rápido possível, de preferência, não sendo aceitável uma
resposta que demore dias e não traga uma solução. Embora a resposta
pública seja uma só, a interação com o consumidor na plataforma é
permitida durante todo o tempo que a demanda permanece aberta, e
deve ser utilizada para acolher e acalmar o consumidor,
informando-o que suas questões estão sendo analisadas e serão
respondidas o mais breve possível.
Outro ponto importante destacado foi o
da necessidade de uma resposta com uma linguagem clara e de fácil
compreensão, fugindo, sempre que possível, dos termos técnicos.
Ana Carolina destacou que o perfil dos
usuários do Consumidor.gov.br é diferente do perfil dos que
procuram diretamente os Procons. Enquanto os primeiros são, na
maioria, homens jovens com mais escolaridade, nos Procons, vão mais
mulheres, mais velhas e com menos escolaridade. Outro detalhe
lembrado, que deve estimular o uso do sistema digital, é que este
também é o canal preferido das gerações mais novas, que não gostam
tanto de falar ao telefone ou de terem que se deslocar para fazer
valer seus direitos.
Por fim, ressalta-se a proposta de
criação de um Grupo de Trabalho com a participação da Senacon para
realização de um estudo conjunto de coleta de dados mais apurados
sobre as demandas dos consumidores de seguros nas plataformas do
SINDEC e Consumidor.gov.br.