Analistas americanos estão convencidos
de que, se o presidente eleito Donald Trump cumprir a promessa de
reduzir os impostos corporativos para 15%, em vez dos atuais 35%,
haverá uma nova temporada de aquisições e fusões entre seguradoras
dos EUA.
Eles acreditam que os impostos menores
incentivarão empresas americanas a comprar rivais ou estrangeiras
presentes nos Estados Unidos, provocando uma guinada no processo em
que companhias com sede fora do país vinham adquirindo empresas
locais, afirmou Gary Ransom, sócio da Dowling & Partners Securities
LLC, uma empresa de investimentos em Farmington, Connecticut, em
entrevista publicada na Reuters.
O especialista lembrou que, nos
últimos anos, houve um predomínio de compras de empresas americanas
por não-americanas, como incorporação da americana Chubb Corp. pela
Ace Ltd., com sede na Suíça, ou a HCC Insurance Holdings Inc pela
japonesa Tokio Marine Holdings.
“Realmente não houve aquisições de EUA
comprando EU de qualquer significado, e eu acho que é tudo por
causa da situação fiscal. Os estrangeiros têm uma vantagem em
comprar uma empresa norte-americana”, disse Ransom durante uma
sessão do Fórum Conjunto da Indústria de Seguros de Imóveis /
Acidentes ocorrido em Nova York.
Até agora, dada a estrutura fiscal
ineficiente, segundo o especialista, formações de seguradoras
costumam acontecer nas Bermudas e em outros lugares. Entretanto,
com uma carga fiscal mais competitiva, mais empresas americanas,
incluindo aqueles grupos que compram seguradoras offshore, deverão
rever sua estratégia, partindo para compras locais. “De repente, as
empresas dos EUA, se você assumir uma taxa de imposto mais baixa,
eles poderiam comprar empresas Bermudas … ele nivela o campo de
jogo”, disse ele.
Os impostos menores podem encorajar
novas fusões e aquisições, mas não será o principal motor, afirma
Jay Gelb, diretor-gerente e analista de ações da Barclays Capital
Inc. em Nova York. “Acho que baixar a alíquota do imposto
corporativo será um fator no aumento da atividade de fusões e
aquisições na indústria de seguros, mas provavelmente não será o
motor”, disse ele.
A seu ver, fusões e aquisições dos
últimos anos ocorreram pelo excesso substancial de capital, pela
falta de oportunidades de crescimento orgânico e pela deterioração
do retorno sobre as perspectivas de ações para as seguradoras.