Dados divulgados pelo Ministério do
Turismo apontam que o Brasil conta com 1,6 mil quilômetros de
ciclovias e ciclofaixas e, segundo um levantamento da União dos
Ciclistas do Brasil (UCB), a maior parte desta malha cicloviária se
concentra em Brasília, com 440 quilômetros; seguida do Rio de
Janeiro (374 quilômetros) e de São Paulo (265,5 quilômetros).
Em São Paulo, aliás, o número de
bikes que circulam pela Avenida Paulista em horário de pico cresceu
279% desde a inauguração da ciclovia no local, em 28 de junho do
ano passado. A primeira contagem da Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET), feita em setembro de 2014, apontava 254 bicicletas.
Já em 30 de junho de 2015, dois dias depois da abertura da
ciclovia, o número passou para 963.
Mesmo em meio às polêmicas, a
tendência é que a medida atraia novos ciclistas e faça com que os
veteranos passem a pedalar ainda mais, seja por lazer ou para
utilizar a bicicleta como transporte alternativo no dia-a-dia. E
passando mais tempo nas ruas, as bicicletas ficam mais vulneráveis
a roubos e furtos. De janeiro de 2014 a junho de 2015, somente o
93º Distrito Policial (DP) de Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo,
registrou 20 furtos e 25 roubos. O 14º DP de Pinheiros somou 28 e
7, respectivamente; e o 1º DP da Sé, 2 roubos e 26 furtos. As ações
também se estendem para os bairros de classe média, como Itaim Bibi
(21 furtos e 2 roubos) e Perdizes (17 furtos). “Infelizmente não há
um cadastro ou documento legal de posse de uma bike, o que
dificulta muito a recuperação em caso de roubo”, declara o
sócio-diretor da corretora Kalassa Brasil Insurance, Paulo
Kalassa.
O curioso é que, antes mesmo da
abertura das novas ciclovias na cidade, o registro de seguros para
as “magrelas” já havia triplicado: em 2010, o Sincor-SP somava 350
bikes seguradas, número que saltou para 1,2 mil em 2014. “O mercado
de seguros para bicicletas evoluiu por conta da visibilidade do
produto”, lembra Luiz Fernando Giovannini, sócio-diretor da também
corretora Estar Seguro.
“O custo do seguro fica na ordem de
R$ 500 ao ano, cifra que pode variar de acordo com o valor da bike
e dos acessórios”, diz Kalassa. O produto é contratado por pessoas
de todas as classes esportivas e de lazer, que na maioria dos casos
tem como primeira necessidade a proteção contra roubo e furto
enquanto pedala, transporta ou até mesmo quando a bike se encontra
dentro da própria residência.
Segundo Giovannini, havendo outras
coberturas o cliente pode avaliar o que incluir. “Diria que este
seguro é um pouco diferente das proteções tradicionais”, pontua.
Danos causados pelo veículo transportador (como colisão) também são
segurados, desde que a bike esteja devidamente alocada em racks ou
thule.